Justiça
‘Nos remete à escravidão’, diz ouvidor das polícias sobre homem amarrado e carregado por PMs
Na avaliação de Cláudio da Silva, embora a PM paulista possua uma das maiores grades teóricas em Direitos Humanos, o conteúdo não é aplicado na prática
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/06/claudinho-silva-2-852x500.jpg)
A cena foi gravada na Unidade de Pronto Atendimento na Vila Mariana, em São Paulo, no domingo 4. Mas só ganhou a devida repercussão no dia seguinte, depois de uma indignada manifestação do Padre Júlio Lancelotti nas redes sociais.
O órgão abriu um procedimento para esclarecer os fatos. A ouvidoria também enviará, ainda nesta quarta 7, um ofício ao secretário de segurança pública, o comandante-geral da Polícia Militar e o delegado-geral da Polícia Civil, sugerindo a criação de um grupo de trabalho envolvendo, além da ouvidoria e os demais órgãos de segurança paulistas, especialistas e movimentos sociais.
“Resolver a questão das abordagens policiais truculentas podem diminuir pela metade os problemas com a população”, disse Silva.
Na avaliação do ouvidor, embora a PM paulista possua uma das maiores grades teóricas em Direitos Humanos, o conteúdo não é aplicado na prática. “Não podemos continuar alimentando a hipótese do policial como herói. Ser herói desumaniza ele”, defende. “Precisamos virar esta chavinha e tratá-los como classe trabalhadora.”
Para esclarecer toda a ação policial, Silva enviou um pedido formal à Polícia Militar e Civil das imagens das câmeras portáteis dos agentes, da unidade hospitalar e das câmeras de segurança do local onde o homem praticou o furto.
Silva conta que foi acionado antes do vídeo ganhar repercussão. Sem se identificar, a pessoa que gravou o vídeo denunciou a abordagem e disse ter sido conduzida pelos PMs ao 27° Distrito Policial, onde foi ouvida. O denunciante relatou ainda ter sido intimidado por parte dos agentes.
O que dizem a PM e a SSP
![](https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gif)
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/05/CAPA-para-matéria-1064-×-614-px-2023-05-31T093426.106-300x173.png)
Joice Berth: ‘O urbanista do Brasil é o capital. Nossa cidadania é mutilada’
Por Camila da Silva![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/05/Captura-de-Tela-2023-05-22-às-17.10.43-300x208.png)
Lei Vini Jr: Rio de Janeiro aprova medidas contra o racismo no futebol
Por AFP![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2021/11/iStock-687915952-1-300x180.jpg)
A memória viva das mulheres negras evangélicas resiste
Por Vanessa Barboza![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2021/04/edsonfachin-300x180.jpg)