A Procuradoria-Geral da República requisitou, neste sábado 23, que o Supremo Tribunal Federal colha o depoimento do deputado federal Gustavo Gayer (PL) a respeito de insinuações discriminatórias raciais contra a população africana. A informação foi confirmada pelo Estadão.
O parlamentar é alvo de dois procedimento em trâmite no STF após questionar a “capacidade cognitiva” de africanos e brasileiros.
Em entrevista a um podcast, o parlamentar relacionou existência de ditaduras em países da África a uma suposta falta de “capacidade cognitiva” da população. Ele ainda afirmou que o “Brasil está emburrecido” e “segue o mesmo caminho das nações africanas”.
“Aí você vai ver na África, quase todos os países têm ditadores. Quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter uma democracia, você tem que ter o mínimo de capacidade cognitiva de entender o bom e o ruim e o certo e o errado. Então, tentaram fazer democracia na África várias vezes. Mas o que acontece? Um ditador toma conta de tudo e o povo ‘êêê’. O Brasil está desse jeito, o Lula chegou na Presidência e o povo ‘êê, picanha e cerveja”, afirmou Gayer.
Por conta das falas racistas, o deputado foi acionado por colegas do Congresso no STF, no Conselho de Ética da Câmara e teve contra si, pedidos de cassação.
Em resposta às acusações, Gayer publicou um vídeo dizendo que a frase dele foi tirada de contexto. Alegou que o QI dos países africanos seria menor que outros por conta da subnutrição, “que afetaria a educação e o conhecimento” e seria espalhada de forma proposital pelos ditadores.
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