A Polícia Civil investiga a ex-atleta de vôlei e nutricionista Sandra Mathias Correia de Sá por injúria racial e lesão corporal, após ela ter xingado e agredido um grupo de entregadores que estavam em frente a uma loja em São Conrado (RJ) na segunda-feira 10. As informações são da TV Globo.
Nas gravações compartilhadas nas redes sociais, é possível ver a nutricionista entrando em luta corporal contra um entregador, que tenta se defender.
RACISMO EM SÃO CONRADO!
O corpo negro é alvo de violência e ódio. Essa mulher branca, Sandra Correia de Sá, que já é investigada por injúria racial, agrediu rapaz, negro, da Rocinha, em plena luz do dia. E pior, ainda pegou uma coleira de cachorro pra agredi-lo. pic.twitter.com/KeyVYXF1EJ
— Jonas Di Andrade (@jonasdiandrade) April 11, 2023
Depois de puxar a camisa e dar socos no entregador Max Ângelo dos Santos, Sandra pega a guia da coleira do cachorro e dá uma chicotada nas costas dele.
Ela teria se incomodado com a presença dos entregadores com motos na calçada. O vídeo também registrou o momento em que ela reclama.
“A gente estava trabalhando, como de praxe, o dia todo aqui e ela passou. Saiu do prédio e veio passear com o cachorro. Quando ela chegou na nossa direção, ela olhou para mim, olhou para gente, e cuspiu no chão e seguiu o caminho dela”, conta Max, em entrevista à TV Globo. “Quando ela voltou, aí ela já foi e começou a arrumar problema com a outra menina.”
A menina era a entregadora Viviane Maria de Souza. A ela, Sandra disse, em tom de ameaça: “Você não está na favela. Você está aqui. Quem paga o IPTU aqui sou eu“.
Em seguida, a agressora retira a guia do próprio cachorro e começa a agredir a vítima com movimentos de chicotada.
“Ela me tratou como se eu fosse escravo. Só que ela está esquecendo que o tempo da escravidão já acabou há muitos anos. E isso não pode acontecer. É inadmissível. Não tem como aceitar uma situação como essa”, desabafou Max.
A situação não foi um caso isolado, segundo o entregador, na semana passada, a ex-atleta de vôlei também disparou xingamentos ao grupo de entregadores.
“A primeira foi na terça-feira e foi verbal. Inclusive, fiz o boletim de ocorrência na terça-feira, relatei os fatos e, quando foi ontem, aconteceu de novo. Fui à delegacia de novo e fiz novo boletim de ocorrência”, contou o entregador. “Me chamou de marginal, preto, favelado e disse que em São Conrado não era o meu lugar“.
A nutricionista deve prestar depoimento no 15ª DP (Gávea) nos próximos dias.
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