STF considera constitucional apreensão de CNH e passaporte de inadimplentes

A decisão mantém a previsão do Código de Processo Civil, mas ressalta que as medidas não podem ferir direitos fundamentais

Foto: Reprodução

Apoie Siga-nos no

O Supremo Tribunal Federal decidiu na quarta-feira 15 ser constitucional a apreensão da Carteira Nacional de Habilitação e passaporte de pessoas inadimplentes. A ação que analisava a legalidade das medidas coercitivas contra os endividados partiu de um pedido do PT que contestava a providência.

A Corte ainda ressaltou que outras restrições também podem ser aplicadas aos endividados, como a proibição de participação em concursos públicos e em licitações.

As medidas contra os endividados já eram previstas no Código de Processo Civil, como uma forma de pressão para que as dívidas fossem quitadas.

Os ministros, no entanto, ressaltaram que as restrições não podem ferir os direitos fundamentais, como segurança e saúde, e reforçaram que as medidas aplicadas devem respeitar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

Sendo assim, a CNH daqueles que trabalham como motoristas não poderia ser apreendida, ou ainda o passaporte de comissários de voos também ficaria fora das medidas coercitivas aplicadas aos devedores.

Apesar da maioria dos ministros concordar com a constitucionalidade das restrições, o ministro Edson Fachin ficou como voto vencido, sendo contra ao entendimento dos demais pares.


Em seu voto, ele apontou que entende que as medidas coercitivas só poderiam ser aplicadas para as dívidas relacionadas a pensão alimentícias.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.