STF tem maioria para permitir consignado a pessoas de baixa renda, mas Moraes suspende o julgamento

Com o pedido de vista, não há uma data definida para a retomada da análise no plenário virtual

O ministro Alexandre de Moraes. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Apoie Siga-nos no

Supremo Tribunal Federal formou maioria para liberar a contratação de empréstimos consignados por beneficiários de programas sociais, mas suspendeu o julgamento após um pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes.

Os ministros julgam no plenário virtual uma ação do PDT contra uma mudança feita durante o governo de Jair Bolsonaro. A medida liberou o acesso a esses empréstimos por pessoas que recebem o Benefício de Prestação Continuada e outros programas federais de transferência de renda.

Para a sigla, a mudança “torna o beneficiário especialmente vulnerável, uma vez que parte da renda fica comprometida antes mesmo do recebimento”, o que representa um risco maior de superendividamento da população.

O relator do caso, Kassio Nunes Marques, rejeitou a argumentação e votou pela continuidade dos empréstimos. 

Segundo o ministro, a Constituição não traz “qualquer baliza normativa que justifique tomar-se como inconstitucional a ampliação do acesso ao crédito consignado”. Ele sustentou, ainda, que “novos limites da margem consignável não se mostram incompatíveis com os preceitos constitucionais”.

Kassio Nunes foi seguido pelos ministros Edson Fachin, Dias Toffoli, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia. Com o pedido de Moraes por mais tempo para analisar os autos, não há uma data definida para a finalização do julgamento.


Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.