Justiça
TJ-SP: Câmeras não são obrigatórias em ações da PM que respondam a ataques contra agentes
Entidades apontam irregularidades na Operação Escudo, na Baixada Santista, que terminou com 28 mortes
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/08/Captura-de-Tela-2023-08-08-às-18.58.15.png)
O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, nesta quarta-feira 13, que o uso de câmeras corporais pela Polícia Militar não é obrigatório em operações que tenham a finalidade de responder a ataques contra agentes.
A decisão, chancelada por desembargadores do Órgão Especial, instância máxima do tribunal, mantém o entendimento do presidente do TJ-SP, o desembargador Ricardo Anafe. O processo tramita em segredo de Justiça.
A decisão foi tomada no âmbito de uma ação da Defensoria Pública Estadual e da ONG Conectas Direitos Humanos que aponta denúncias de irregularidades na Operação Escudo, na Baixada Santista, que terminou com 28 mortes.
As entidades chamam a atenção para o fato de moradores da região terem relatado supostas execuções sumárias, tortura e invasão de casas, sem o respaldo de imagens na maioria dos casos.
Um relatório produzido pela ONG Human Rights Watch apontou que em apenas 9 das 28 mortes as imagens de câmeras corporais da PM foram enviadas ao Ministério Público.
O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) alegou que o uso obrigatório de câmeras durante as operações geraria grande aumento de custo, além de risco para a integridade dos policiais. A gestão estadual disse ainda que as operações da PM são realizadas em regime de urgência e que não há tempo para o deslocamento de forças policiais ou câmeras para áreas distantes —a Escudo, por outro lado, teve o apoio de batalhões que estão a até 640 quilômetros de distância da Baixada.
A gestão Tarcísio tem apontado também que os casos continuam a ser investigados, que os laudos não indicaram excessos e que “todo conjunto probatório apurado no curso das investigações, incluindo as imagens das câmeras corporais, está sendo compartilhado com o Ministério Público e o Poder Judiciário”.
As entidades autoras da ação estudam recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.
Leia também
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/12/banco-central-selic-300x168.jpg)
Banco Central corta a Selic para 11,75%, o menor nível em quase 2 anos
Por Wendal Carmo![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/12/53395867809_13613fc17e_k-1-1-300x173.jpg)
‘Quem gerou presenças de 30 anos no Supremo foi o próprio Congresso’, diz Dino em sabatina
Por Victor Ohana![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2019/11/Untitled-3-300x180.jpg)
Brasil faz ‘leilão do fim do mundo’ e avança na exploração de petróleo em áreas sensíveis
Por Fabíola Mendonça![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/12/53395556121_6f8feba778_k-1-300x200.jpg)
Sem conflitos, interação entre Dino e Moro no Senado é marcada por cordialidade e chistes
Por CartaCapital![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/12/PHOTO-2023-12-13-13-14-40-300x200.jpg)