A estratégia dos EUA para evitar o ‘default’

Os Estados Unidos podem ficar sem condições de honrar seus compromissos a partir de 1° de junho. O que pode acontecer nesse dia?

O presidente Joe Biden. Foto: Brendan Smialowski/AFP

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Os Estados Unidos podem ficar sem condições de honrar seus compromissos a partir de 1° de junho, em meio a uma disputa entre a Casa Branca e os republicanos do Congresso, que não chegam a um acordo para aumentar o teto de endividamento do país. O que pode acontecer nesse dia?

1° de junho

O dia “D” será quando o Departamento do Tesouro começa a ficar sem recursos. Isso poderia ocorrer desde 1° de junho, segundo a secretária do Tesouro, Janet Yellen.

A data exata de um potencial ‘default’ é difícil de prever, se não impossível. É “praticamente certo” que a corda não poderá esticar muito além do início de junho, afirmou sem detalhes a secretária.

O governo federal alcançou em meados de janeiro seu teto de endividamento, de 31,4 bilhões de dólares (o equivalente a quase 157 bilhões de reais na cotação atual). Para continuar cumprindo suas obrigações, o Tesouro adotou uma série de medidas.

15 de junho

Em 15 de junho, será o próximo pagamento de juros da dívida. Se o Tesouro não pagar, a maior economia do mundo pode avançar para um ‘default’.

Nas duas primeiras semanas do mês de junho, 302 bilhões de dólares (1,5 trilhão de reais) deverão ser arrecadados, mas apenas 199 bilhões (994 bilhões de reais) irão para os cofres públicos, segundo números do ‘think thank’ Bipartisan Policy Center. A diferença seria de 103 bilhões de dólares (514 bilhões de reais).


Prioridades

Deverão ser pagas as aposentadorias, mas não os gastos com saúde? O dinheiro deve ser utilizado para a dívida e os salários não serão pagos? Ou serão pagos parcialmente?

“Se o teto de endividamento não aumentar, decisões difíceis serão tomadas”, destacou Yellen nas últimas semanas.

Quando esse momento chegar, haverá duas possibilidades, segundo Gregory Daco, economista-chefe do EY Parthenon, em entrevista à AFP: “priorizar alguns pagamentos” ou “reduzir todos os gastos em 30%” para que se ajustem à arrecadação.

Malabarismos

Para tentar cumprir o máximo de compromissos, o governo avalia modificar a forma como transfere o dinheiro, segundo informações do The Wall Street Journal publicadas na quinta-feira.

Os pagamentos podem ser feitos até a véspera da data de execução, embora normalmente seja feito com vários dias de antecedência. Outra hipótese seria atrasar os pagamentos até que haja dinheiro suficiente em caixa.

Até agora, o Departamento do Tesouro não deixou nenhuma instrução, confirmou à AFP uma fonte próxima ao assunto.

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