Mundo

‘A segurança dos franceses está em jogo’, diz Macron em entrevista sobre conflito Ucrânia-Rússia

O presidente francês insistiu na ameaça “existencial” que o conflito com a Rússia representa “para a nossa Europa e para a França”, destacou o ‘Le Monde’

Emmanuel Macron foi o convidado do noticiário das 20h dos canais TF1 e France 2, na quinta-feira, 14 de março de 2024. AFP - LUDOVIC MARIN
Apoie Siga-nos no

Os jornais franceses desta sexta-feira (15) analisam a entrevista do presidente Emmanuel Macron à televisões do país na noite de quinta-feira (14), em que ele explicou declarações sobre um possível envio de tropas aliadas à Ucrânia.

Macron insistiu na ameaça “existencial” que o conflito com a Rússia representa “para a nossa Europa e para a França”, destacou Le Monde. “Se a situação se deteriorar, devemos estar preparados e estaremos preparados”, disse o chefe de Estado, sem detalhar as suas intenções e sem excluir o envio de soldados franceses para o território ucraniano. “Há uma escalada por parte da Rússia” e “devemos dizer que estamos prontos para responder”, insistiu.

“Se a guerra se espalhasse para a Europa, esta seria uma escolha unicamente da Rússia. Mas dizer hoje que não responderíamos seria aceitar uma derrota”, afirmou. “A segurança dos franceses está em jogo”, continuou Macron. “Se a Rússia vencer esta guerra, a credibilidade da Europa será reduzida a zero”, alertou.

Para o jornal Le Parisien, Macron tentou acalmar a polêmica em torno da guerra. “Jamais entraremos numa ofensiva, nunca tomaremos inciativa”, disse o presidente. “Para haver paz na Ucrânia, não poderemos ser fracos”, completou Macron. “Se a Rússia ganhasse, a vida dos franceses mudaria, não teríamos mais segurança”, insistiu. “Mas por que acreditar que Putin, que não respeita compromissos, iria parar de atacar?”, perguntou.

O jornal Libération destaca o objetivo principal anunciado por Emmanuel Macron: “a Rússia não pode e não deve ganhar”, uma atitude bem diferente da apresentada há dois anos, quando defendeu que “a Rússia não deveria ser humilhada”, compara o diário.

Sobre o envio de munição a Kiev, o presidente reconheceu que a indústria de defesa francesa e europeia demorou a “entrar numa economia de guerra”, mas está pronta a corrigir o atraso: “75 canhões Caesar serão construídos este ano e entregues à Ucrânia e criaremos linhas de produção local, perto do front”, anunciou.

Para o diário, a três meses das eleições europeias, Macron faz da Ucrânia o assunto principal da campanha política francesa.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo