ACNUR mostra preocupação com prisões arbitrárias de sírios no Egito

Agência da ONU pede que governo não deporte detidos, entre eles crianças e refugiados, para a Síria

Campo de refugiados sírios na Jordânia

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O ACNUR, agência da ONU para refugiados, manifestou nesta sexta-feira 26 preocupação com o crescente número de prisões arbitrárias de sírios no Egito, em meio a uma intensificação do clima antissírio no país. Entre os detidos, há diversos menores e refugiados.

Segundo a agência da ONU, o órgão solicitou o acesso a 85 sírios detidos e garantias de que eles não sejam enviados à Síria, reforçando que devem ser julgados de forma justa pela lei no Egito.

As prisões teriam ocorrido após alegações de que alguns sírios haviam participado de protestos e atos violentos em julho.

Desde o início do conflito na Síria, o governo egípcio garantiu vistos irrestritos e permissões de residência, além de acesso aos serviços públicos para os refugiados. Mas os relatos de casos de xenofobia e ataques verbais contra sírios têm aumentado.

Estimativas do governo apontam entre 250 mil e 300 mil sírios no Egito, apenas 80 mil registrados no ACNUR. A procura por registro na ONU, no entanto, tem aumentado devido ao ambiente hostil.

Após o golpe militar que derrubou o presidente Mohamed Mursi em 3 de julho, o governo passou a exigir requisitos de entrada para os sírios, como vistos e emissão de liberação de segurança antes da viagem ao país.


Um dos motivos apontados para os militares terem deposto o primeiro presidente eleito democraticamente no país desde o fim do regime de Hosni Mubarak foi o apoio do governo e da Irmandade Muçulmana ao envio de egípcios para a jihad na Síria.

Segundo o ACNUR, alguns voos com sírios foram enviados de volta aos aeroportos de origem, incluindo Damasco. Desde que as novas medidas foram colocadas em prática, 476 sírios foram deportados ou tiveram negada a entrada no país. A ONU pediu que o governo permita ao menos a entrada de mulheres, crianças e idosos sem visto.

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