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Aliado de Trump fracassa na tentativa de se eleger presidente da Câmara nos EUA

O Congresso americano está sem comandante desde a destituição histórica de Kevin McCarthy, em 3 de outubro

O congressista dos EUA Jim Jordan. Foto: Saul Loeb/AFP
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O congressista Jim Jordan, muito próximo do ex-presidente republicano Donald Trump, não conseguiu se eleger, nesta terça-feira 17, para presidir a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos no primeiro turno de uma votação, mergulhando o Congresso em uma nova crise.

Jordan, porém, ainda pode manter sua candidatura ao cargo de presidente da Câmara Baixa por várias rodadas e conseguir, por fim, se eleger.

O Congresso tem duas câmaras: o Senado, onde os democratas, correligionários do presidente Joe Biden, são maioria, e a Câmara de Representantes, nas mãos dos republicanos.

O órgão legislativo está sem presidente desde a destituição histórica de Kevin McCarthy, em 3 de outubro, que privou a instituição de muitas de suas prerrogativas, como a adoção de medidas em apoio a Israel ou à Ucrânia.

Ucrânia, Israel

Por ter maioria, os conservadores são responsáveis por eleger o presidente da Casa, mas estão há semanas sem chegar a um acordo sobre o sucessor de Kevin McCarthy.

Depois de inúmeras negociações, Jim Jordan, membro da ala mais conservadora do partido, e, atualmente, único candidato republicano na disputa, não conseguiu apoio suficiente durante uma votação no plenário.

Vinte congressistas republicanos, em sua maioria moderados que criticam Jim Jordan por suas posições extremas, votaram contra ele.

Seus detratores também o criticam por nunca ter conseguido aprovar sequer um projeto de lei em seu nome, embora seja congressista desde 2006.

E, segundo vários rankings, ele é considerado um dos congressistas menos produtivos da Câmara.

A eleição pode durar dias. Kevin McCarthy, por exemplo, teve de disputar 15 rodadas e fazer muitas concessões para chegar ao cargo.

Os republicanos querem evitar a qualquer custo reviver essa situação humilhante, acompanhada no início do ano por emissoras de TV de todo o país. Até agora, tem sido em vão.

Mobilização por Israel

Em uma instituição ainda marcada pelo ataque ao Capitólio, os democratas denunciam a posição ambígua de Jim Jordan sobre as eleições presidenciais de 2020, que Donald Trump ainda descreve, sem provas, como “roubadas”.

Congressistas do partido de Joe Biden, com minoria na Câmara, alinharam-se em torno da candidatura de seu líder, Hakeem Jeffries, mas também não obtiveram votos suficientes.

A pressão aumenta para que a Câmara volte aos trilhos enquanto o Senado prepara um pacote para Israel.

O pacote incluirá “ajuda militar, diplomática, humanitária e de inteligência”, detalhou o líder democrata Chuck Schumer na terça-feira.

O Senado também deverá votar uma resolução condenando o grupo islamita palestino Hamas e debater na quarta-feira a confirmação de um novo embaixador em Israel.

“Como aliado mais próximo de Israel, os Estados Unidos devem dar o exemplo, apoiando as suas ações para se defender durante o tempo que for necessário”, insistiu o seu líder republicano, Mitch McConnell.

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