Mundo
Apagão causa morte de 15 pessoas na Venezuela, diz ONG
Vítimas tinham problemas renais e morreram após paralisação dos serviços de diálise por falta de energia
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2018/07/crise-na-venezuela-2-1.jpg)
Quinze doentes renais morreram na Venezuela nos últimos dias após o apagão que se estende desde a quinta-feira 7 no país. As mortes ocorreram por falta de diálise após a paralisação dos serviços, provocada pela pane elétrica. A denúncia foi feita pela ONG Codevida, especializada em questões de saúde, neste sábado 9.
Segundo Francisco Valencia, diretor da organização não-governamental, nove das mortes aconteceram no estado de Zulia, duas em Trujillo, e quatro no hospital Pérez Carreño, em Caracas. “A situação das pessoas com insuficiência renal é crítica. Queremos dizer que 95% das unidades de diálise, que hoje chegariam a 100%, estão paralisadas devido ao corte de luz”, alertou Valencia.
➤ Leia também: Oposição e situação saem às ruas em protestos na Venezuela
De acordo com ele, a situação é mais dramática nos estados do interior, que vivem cerca de 50 horas de apagão ininterrupto. Em Caracas, houve restabelecimento em alguns setores por algumas horas. Neste sábado, 48 crianças que dependem da única unidade de diálise pediátrica do país não puderam realizar o tratamento, fundamental para pacientes com doenças renais crônicas. Além disso, faltam remédios e outros produtos.
➤ Leia também: Os primeiros 100 dias da esquerda no poder no México
Desde quinta-feira, a Venezuela enfrenta sua pior pane elétrica da história. O governo de Nicolás Maduro acusa os Estados Unidos e o presidente autoproclamado Juan Guiadó, reconhecido por cerca de 50 países de estarem por trás do apagão. No sábado 9, milhares de seus partidários foram às ruas para pedir a realização de novas eleições e a saída de Maduro, que também convocou uma passeata.
➤ Leia também: ONU ignora relatório sobre situação da Venezuela
Pior crise da história
Sob a gestão Maduro, a Venezuela enfrenta a pior crise em sua história contemporânea, com escassez de medicamentos e uma hiperinflação que chegaria este ano a 10.000.000%, segundo o FMI, o que levou a um êxodo de 2,7 milhões de venezuelanos desde 2015.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.