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Apagão causa morte de 15 pessoas na Venezuela, diz ONG

Vítimas tinham problemas renais e morreram após paralisação dos serviços de diálise por falta de energia

Renda básica do venezuelano (1,5 dólar) só dá para comprar um quilo de frango
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Quinze doentes renais morreram na Venezuela nos últimos dias após o apagão que se estende desde a quinta-feira 7 no país. As mortes ocorreram por falta de diálise após a paralisação dos serviços, provocada pela pane elétrica. A denúncia foi feita pela ONG Codevida, especializada em questões de saúde, neste sábado 9.

Segundo Francisco Valencia, diretor da organização não-governamental, nove das mortes aconteceram no estado de Zulia, duas em Trujillo, e quatro no hospital Pérez Carreño, em Caracas. “A situação das pessoas com insuficiência renal é crítica. Queremos dizer que 95% das unidades de diálise, que hoje chegariam a 100%, estão paralisadas devido ao corte de luz”, alertou Valencia.

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De acordo com ele, a situação é mais dramática nos estados do interior, que vivem cerca de 50 horas de apagão ininterrupto. Em Caracas, houve restabelecimento em alguns setores por algumas horas. Neste sábado, 48 crianças que dependem da única unidade de diálise pediátrica do país não puderam realizar o tratamento, fundamental para pacientes com doenças renais crônicas. Além disso, faltam remédios e outros produtos.

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Desde quinta-feira, a Venezuela enfrenta sua pior pane elétrica da história. O governo de Nicolás Maduro acusa os Estados Unidos e o presidente autoproclamado Juan Guiadó, reconhecido por cerca de 50 países de estarem por trás do apagão. No sábado 9, milhares de seus partidários foram às ruas para pedir a realização de novas eleições e a saída de Maduro, que também convocou uma passeata.

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Pior crise da história

Sob a gestão Maduro, a Venezuela enfrenta a pior crise em sua história contemporânea, com escassez de medicamentos e uma hiperinflação que chegaria este ano a 10.000.000%, segundo o FMI, o que levou a um êxodo de 2,7 milhões de venezuelanos desde 2015.

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