Apoiado por ‘frente ampla’, Mario Draghi aceita ser o premiê da Itália

Arco de apoios ao renomado economista vai do centro-esquerda à extrema-direita

Foto: FILIPPO MONTEFORTE/AFP

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O economista Mario Draghi aceitou oficialmente, nesta sexta-feira 12, o cargo de primeiro-ministro da Itália, depois de conquistar o apoio de quase todos os partidos políticos para formar um governo que tire o país da emergência econômica e sanitária.

O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) anunciou a lista dos ministros, entre personalidades políticas e tecnocratas, no fim de uma reunião no Palácio Quirinal com o presidente da República, Sergio Mattarella.

Draghi substitui Giuseppe Conte, que teve que renunciar ao cargo após perder o apoio de um partido-chave de sua coalizão.

“Super Mario”, como costuma ser chamado pelo seu papel na crise da dívida europeia em 2012, deverá depois apresentar seu gabinete de governo e submeter-se ao voto de confiança no Parlamento na próxima semana.

A Itália viveu em fevereiro uma crise política delicada em plena pandemia e com a pior recessão de sua história recente.

 


 

 

Com um terno completo e gravata, Draghi escutou esta semana os líderes de todos os partidos políticos, assim como os representantes das partes sociais e os defensores do meio ambiente, com o objetivo de formar um governo heterogêneo, de unidade e sem conotações políticas.

O renomado economista conta com o apoio do maior partido de centro-esquerda, Partido Democrático (PD), da extrema-direita Liga de Matteo Salvini, além do partido da direita moderada Força Itália de Silvio Berlusconi.

No último minuto, o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E), o maior partido no Parlamento depois de chegar ao poder há quase três anos, votou a favor na quinta-feira, com 59,3%, de um governo liderado por Draghi.

Apesar disso, as dificuldades apenas começaram para este italiano, de 73 anos, conhecido pela sua discrição, seriedade e determinação.

 

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