Aposta suicida

Netanyahu não pondera que a guerra pode espraiar para o Líbano e a Síria, observa pesquisador francês

Visão global. O brutal revide aos ataques do Hamas começa a trazer danos para a imagem de Israel, avalia Régis Morelon – Imagem: Redes sociais e Menahen Kahana/AFP

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Pesquisador do Instituto Dominicano de Estudos Orientais do Egito e especialista em história das ciências árabes, Régis Morelon conhece com profundidade a situação política do Oriente Médio. Morou na Argélia, no Líbano, na Síria e viveu por 27 anos no Cairo. Chocado com o apoio de François Hollande ao bombardeio israelense em Gaza em 2014, escreveu uma carta ao presidente, comparando o território palestino ao Gueto de Varsóvia.

Após os ataques do Hamas em 7 de outubro, ele acompanha com apreensão o desproporcional revide israelense, que, segundo sua avaliação, ameaça a existência do próprio Estado de Israel. Para o especialista, os ventos da opinião pública mundial começam a mudar de direção. Pudera. Segundo a ONG Breaking the Silence, a força aérea de Tel-Aviv despejou mais bombas em Gaza que os EUA no Afeganistão durante um ano inteiro.

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1 comentário

CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 20 de novembro de 2023 11h40
É uma das vozes que clama no deserto…

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Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

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