Mundo
As medidas de Milei para perseguir quem aderir a greve geral
Trabalhadores vão cruzar os braços contra o pacote de medidas econômicas anunciado por Milei
O presidente da Argentina, Javier Milei, está preparando uma série de medidas para perseguir quem aderir a greve geral, marcada para acontecer no próximo dia 24 de janeiro.
Entre as medidas, está o desconto na jornada de trabalho para funcionários públicos e a criação de um disque denúncia para receber relatos de empresários, comerciantes e trabalhadores que se sintam supostamente coagidos a participar da greve.
O número do disque denúncia foi divulgado nesta quarta-feira 17 pela ex-candidata presidencial e atual ministra da Segurança Pública, Patricia Bullrich.
Segundo a ministra, os operadores foram instruídos a “compilar a maior informação possível e para dar segurança a cada empresário, comerciante, trabalhador independente, transportador, empregado em relação de dependência ou beneficiário de alguma forma se veja obrigado a parar”.
Além disso, o ministro argentino da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, ainda ameaçou iniciar ações judiciais contra os manifestantes. “Chega de governarem nosso país com greves”, pontuou em entrevista à rádio Neura.
Esta não é a primeira vez que Milei tenta coagir os movimentos sociais. Milei os intimou na última semana organizações sociais e sindicatos argentinos a pagarem até 56 milhões de pesos (320 mil reais) pelas operações de segurança realizadas durante manifestações no fim de dezembro.
A greve geral foi convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) ainda no fim de dezembro. Os trabalhadores são contra o pacote de medidas econômicas anunciado por Milei.
As medidas desregulam a economia local com projetos que revogam a lei do aluguel e retiram a proteções aos trabalhadores. A CGT também irá cruzar os braços contra a demissão de 7 mil servidores públicos e contra a privatização das empresas públicas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.