Mundo
As novas críticas de Zelensky a Lula
Presidente ucraniano tornou a demonstrar incômodo com a postura do brasileiro sobre a guerra
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, tornou a demonstrar incômodo com a posição de Lula (PT) sobre a guerra que afeta o país do leste europeu. Em uma entrevista para a agência de notícias EFE, publicada neste domingo 6, Zelensky atacaou ‘a compreensão de mundo’ do líder brasileiro.
“Acho que o presidente Lula é uma pessoa experiente, mas não entendo muito bem uma coisa: será que ele acredita que sua sociedade [o Brasil] não entende completamente o que está acontecendo e que ele conta com isso?”, questionou inicialmente.
“As declarações de Lula [de dizer que Ucrânia e Rússia dividem a culpa pelo conflito] não trazem paz de forma nenhuma. É estranho falar sobre a segurança da Rússia. Apenas a Rússia, Putin e Lula falam sobre a segurança da Rússia, sobre as garantias que devem ser dadas para a segurança da Rússia. Eu simplesmente acredito que ele tem sua própria opinião. Mas os pensamentos não precisariam coincidir com os de Putin”, prosseguiu então Zelensky.
A resposta aos jornalistas sobre Lula foi bastante longa. Nela, Zelensky segue atacando Putin e criticando a suposta proximidade entre o russo e o petista. A resposta fecha com a crítica mais pesada e direta à compreensão de mundo do petista.
“Para ser honesto, se o presidente Lula quiser me dizer algo, que se sente comigo e me diga. E acredito que vamos acabar com isso. Para ser honesto, pensei que ele tinha uma compreensão maior do mundo. Acredito que é muito importante ver o mundo como um todo”, afirmou o ucraniano.
As críticas, vale lembrar, contrastam com o recente pedido de ajuda de Zelensky a Lula. Em uma entrevista recente à GloboNews, o europeu disse aguardar um convite de Lula para vir ao Brasil e pediu que o petista o ajudasse a reunir outros líderes da América Latina para uma conversa sobre a guerra.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.