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Bachelet preocupada com o impacto do caso Assange sobre a liberdade de imprensa

O australiano de 51 anos pode ser condenado nos Estados Unidos a 175 anos de prisão por ter divulgado em 2010 em seu site WikiLeaks mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares americanas

Foto: Fabrice COFFRINI / AFP
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A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, alertou neste sábado(27) que a extradição do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, para ser julgado por espionagem nos Estados Unidos pode ter um “efeito assustador” no jornalismo investigativo.

Assange, detido desde 2019 em uma prisão de alta segurança em Belmarsh, perto de Londres, interpôs recurso contra a ordem de extradição aprovada pelo governo britânico.

O australiano de 51 anos pode ser condenado nos Estados Unidos a 175 anos de prisão por ter divulgado em 2010 em seu site WikiLeaks mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares americanas, especialmente no Iraque e no Afeganistão.

“Estou ciente dos problemas de saúde que Assange sofreu durante sua detenção e continuo preocupada com seu bem-estar físico e mental”, disse Bachelet em comunicado, após se reunir na quinta-feira com a esposa e os advogados do acusado.

“A possível extradição e julgamento de Assange levanta preocupações sobre a liberdade de imprensa e sobre o possível efeito desencorajador no jornalismo investigativo”, disse a ex-presidente chilena.

“Nessas circunstâncias, gostaria de enfatizar a importância de garantir o respeito pelos direitos humanos de Assange e, em particular, o direito a um julgamento justo e garantias do devido processo”, acrescentou.

“Meu gabinete continuará acompanhando de perto o caso Assange”, enfatizou Bachelet, que anunciou em junho que não aspira a um novo mandato como chefe de Direitos Humanos na ONU e espera que um sucessor seja nomeado.

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