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Boric vota em referendo sobre a nova Constituição do Chile e faz apelo por ‘unidade nacional’

O presidente assegurou que, seja qual for o resultado, pedirá união com ‘mais democracia’, a fim de superar fraturas sociais

O presidente do Chile, Gabriel Boric. Foto: Chilean Presidency/AFP
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O presidente do Chile, Gabriel Boric, fez neste domingo 4 um chamado à “unidade nacional” após votar no referendo sobre uma nova Constituição, que busca mudar um modelo ultraliberal herdado da ditadura de Augusto Pinochet para estabelecer mais direitos sociais.

Mais de 15 milhões de chilenos depositam seu voto neste domingo até as 19h de Brasília.

Boric assegurou que, seja qual for o resultado do referendo, ele pedirá “unidade nacional” com “mais democracia”, a fim de superar fraturas sociais.

“Queremos ouvir todas as vozes para dar continuidade a este processo, seja para implementar o texto da nova Constituição – para a qual convocamos vários constitucionalistas e diferentes personalidades da sociedade civil -, seja para dar continuidade ao processo constituinte caso ganhe a outra opção”, disse o presidente a jornalistas logo depois de votar.

Boric ainda declarou perceber a disposição, “na grande maioria, de trabalhar em conjunto”. Também disse que “as divisões não nos fazem bem e quando nos juntamos sai o melhor de nós e de nossa identidade”.

O rechaço à nova Constituição lidera as pesquisas há mais de um mês, mas a campanha Apruebo mobilizou multidões, especialmente em Santiago, alimentando o sonho de uma vitória.

Os atos de encerramento da campanha na capital, na quinta-feira 1º, geraram imagens distintas. A festa de rua Apruebo reuniu entre 250.000 e 500.000 pessoas, segundo os organizadores, enquanto a cerimônia de encerramento do Rechazo consistiu em um evento com no máximo 400 pessoas em um anfiteatro.

O projeto de nova Constituição foi escrito por uma assembleia eleita em 2021, composta por 154 membros, paritária e com a participação de povos indígenas. O governo Boric precisa da aprovação do novo texto para realizar reformas sociais prometidas durante campanha para a Presidência.

Paridade e garantias sobre os direitos sociais, reconhecimento de um estado plurinacional e regionalização são algumas das propostas do texto, considerado progressista e inovador por observadores internacionais.

(Com informações de AFP e RFI)

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