Mundo
Brasil vota a favor de Israel e contra a Palestina na ONU
Apesar de posição contrária do governo Bolsonaro, resolução crítica a Israel foi aprovada por 22 votos favoráveis
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2020/06/Brasil-Israel-Foto-Alan-Santos-PR.png)
O governo do presidente Jair Bolsonaro votou contra uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que condena Israel por suas políticas relacionadas à Palestina.
A posição foi anunciada nesta sexta-feira 19, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça. A informação é do colunista Jamil Chade, do portal UOL.
Apesar dos votos contrários, o Conselho de Direitos Humanos aprovou o documento, com 22 votos a favor, entre eles todos os países sul-americanos, como o Chile. O Brasil esteve entre os 8 votantes que rejeitaram o texto.
O governo brasileiro decidiu não apoiar um documento que reconhece o direito internacional em territórios ocupados da Palestina. O texto também repudia o uso de força letal e outras forças excessivas contra civis nas áreas ocupadas por Israel.
A resolução reconhece o papel do Tribunal Penal Internacional e defende que os responsáveis por crimes devem ser levados à Justiça. Um dos pontos mais polêmicos do texto, informa o UOL, é a referência à abertura de um exame preliminar sobre eventuais crimes no conflito entre Israel e a Palestina.
Outro ponto é o reconhecimento à investigação conduzida por uma comissão de inquérito contra Israel por crimes em Gaza. A medida também denuncia intimidações contra defensores dos direitos humanos.
Desde o início de sua gestão no Palácio do Planalto, Bolsonaro se aproxima de Israel e sinaliza mudanças históricas de posições do Brasil em votações na ONU. Já em abril de 2019, conforme mostrou CartaCapital, a decisão do governo brasileiro em apoiar Israel foi classificada como “lamentável” para autoridades palestinas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.