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‘Casamento gay na Irlanda é revolução social’, diz Bispo de Dublin

Para Diarmuid Martin, “chegou o momento de a hierarquia católica iniciar uma profunda revisão da realidade”

Para Diarmuid Martin (centro), é hora de se adaptar aos novos tempos
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O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, disse hoje que o sim dos eleitores irlandeses ao casamento homossexual é um exemplo da revolução social que o país atravessa há algum tempo e a qual a Igreja Católica deve reagir.

Com a maioria dos votos do referendo indica a vitória do sim, Martin admitiu que chegou o momento de a hierarquia católica iniciar um processo de profundo debate e revisão da realidade.

O arcebispo assegurou que os responsáveis católicos devem encontrar uma nova linguagem para propagar mais eficazmente a mensagem da Igreja, sobretudo entre os mais jovens, cujo voto foi decisivo para a vitória do sim.

Durante a campanha, a Igreja católica, apoiada por grupos conservadores, movimentos antiaborto, além de senadores e deputados, defendeu que o casamento homossexual atenta contra os valores da família tradicional e vai modificar os processos de adoção, incidindo negativamente nos direitos dos menores.

A República da Irlanda promulgou em 2010 uma lei de relações civis que, pela primeira vez, reconhecia legalmente os casais de pessoas do mesmo sexo, mas não as classificava como casadas, nem lhes conferia proteção constitucional, como passa a ocorrer com a vitória do sim.

Com as urnas do referendo apuradas em 39 das 43 circunscrições, o “sim” atingiu uma vantagem que não pode mais ser alcançada pelo “Não”. Pouco mais de 60% dos eleitores (3,2 milhões de pessoas) votaram. Muitos irlandeses que moram em outros países viajaram para participar. O maior comparecimento em um referendo em mais de duas décadas no país.

A notícia foi recebida com muita festa pelos partidários do “Sim”, Uma ruptura com o domínio hegemônico sobre a moral pública exercido  pela Igreja Católica, oficialmente contra o casamento gay.

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