Esporte

Centenas de migrantes expulsos de edifício abandonado nos arredores de Paris

Ação teria relação com a preparação da cidade para os Jogos Olímpicos, ONGs denunciam abuso do poder público

Polícia retira migrantes de um prédio em Paris, pouco antes do início dos Jogos Olímpicos na cidade. Foto: EMMANUEL DUNAND / AFP
Apoie Siga-nos no

Autoridades francesas expulsaram nesta quarta-feira(17) centenas de migrantes de uma fábrica abandonada em Vitry-sur-Seine, nos arredores de Paris, a 100 dias dos Jogos Olímpicos, e os incentivaram a pegar ônibus para outras regiões.

Organizações de caridade acusaram as autoridades de querer fechar a capital francesa a pessoas sem-teto devido ao evento esportivo, de 26 de julho a 11 de agosto.

No edifício, viviam quase 450 migrantes, a maioria com documentos e que aguardavam por alojamento social, segundo ONGs.

Alguns deixaram o local no início da semana, quando a expulsão foi anunciada. Os cerca de 300 que permaneceram, fizeram suas malas nesta quarta-feira, acompanhados pela polícia e funcionários da imigração, sem incidentes.

A maioria era de homens jovens mas também havia mães com crianças. Do lado de fora, vários ônibus os aguardavam para levá-los a outras cidades como Orleans, no centro do país, ou Bordeaux, no sudoeste.

Migrantes ‘expulsos’ de Paris pouco antes dos Jogos Olímpicos.
Foto: Emmanuel Dunand / AFP

No entanto, muitos afirmaram que não queriam sair da região de Paris. “Quero ficar aqui”, disse Abakar, um sudanês de 29 anos, sem informar o sobrenome. Segundo explicou, estava na região para um curso de logística e lhe foi prometido um trabalho em um supermercado.

As autoridades preparavam um programa para encontrar alojamento para os que pretendem ficar na região parisiense.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo