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Cesare Battisti anuncia greve de fome na prisão

Ex-terrorista reivindica revisão de seu rígido regime de detenção e a transferência para uma prisão onde possa ver seus familiares

Cesare Battisti
Cesare Battisti em foto tirada no dia 14 de janeiro de 2019. Foto: Alberto Pizzoli/AFP Battisti em foto tirada no dia 14 de janeiro de 2019. Foto: Alberto Pizzoli/AFP
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O ex-terrorista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos na década de 1970, anunciou em uma carta pública nesta terça-feira 8 o início de uma greve de fome para protestar contra seu regime de encarceramento

Battisti, de 65 anos, é mantido em isolamento no presídio de segurança máxima de Oristano, na Sardenha, desde meados de janeiro de 2019. Ele não pode ter contato com nenhuma pessoa de fora da penitenciária.

Na carta, reclama que a administração penitenciária não responde, segundo ele, a seus pedidos escritos e orais para “restabelecer a legalidade” de sua situação.

Battisti reivindica a transferência para uma prisão onde possa ver seus familiares mais facilmente, assim como a revisão de seu rígido regime de detenção – “a segurança máxima prevista para os terroristas” -, alegando que “as condições de risco que o justificariam não existem mais”.

Refugiado na França por 15 anos e depois no Brasil, o ex-militante foi capturado em janeiro de 2019 na Bolívia após cerca de 40 anos foragido. Na sequência, foi extraditado para a Itália.

Poucas semanas após seu encarceramento, reconheceu perante um juiz, pela primeira vez, sua responsabilidade pelos assassinatos, assim como o erro da luta armada.

Durante sua estada na França de 1990 a 2004, Cesare Battisti se beneficiou da proteção do presidente socialista da época, François Mitterrand, que se comprometeu a não extraditar nenhum militante de extrema-esquerda que aceitasse renunciar à luta armada.

Em 2004, porém, o governo do presidente Jacques Chirac decidiu pôr fim à “jurisprudência Mitterrand” e extraditar Battisti. Ele então fugiu para o Brasil com uma identidade falsa e, conforme seu relato, com a ajuda dos serviços secretos franceses.

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