CIJ rejeita a maioria das acusações da Ucrânia contra a Rússia por ‘financiamento do terrorismo’

O Tribunal se limitou a dizer que Moscou não investigou as supostas infrações

Os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da Rússia, Vladimir Putin. Foto: Ludovic Marin e Grigory Sysoyev/AFP

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O máximo órgão judicial da ONU, a Corte Internacional de Justiça, rejeitou nesta quarta-feira 31 a maior parte das denúncias de Kiev, que acusou a Rússia de financiar o “terrorismo” no leste da Ucrânia, e se limitou a dizer que Moscou não investigou as supostas infrações.

O governo ucraniano acusou a Rússia de ser um “Estado terrorista” e afirmou que o apoio aos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia foi um prenúncio da invasão de fevereiro de 2022.

Kiev exige indenizações pelos ataques atribuídos a separatistas pró-Rússia, particularmente a destruição do voo MH17 da Malaysia Airlines em julho de 2014, quando sobrevoava a Ucrânia. O balanço da tragédia foi de 298 mortos.

Esse caso é anterior à invasão russa da Ucrânia. A CIJ dirá, na sexta-feira, se tem competência de decidir em outro procedimento sobre a guerra.

Além de censurar Moscou por ter apoiado rebeldes separatistas, Kiev apontou que o tratamento dado pela Rússia à minoria tártara e às pessoas que falam ucraniano na Crimeia ocupada violava uma convenção internacional sobre discriminação racial.

A Ucrânia recorre a “mentiras flagrantes” contra a Rússia, “mesmo perante este tribunal”, reagiu o embaixador russo na Holanda, Alexander Shulgin, durante audiências em junho.


Moscou tenta “varrer” a Ucrânia “do mapa”, respondeu o representante ucraniano, Anton Korinevish.

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