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Cinco dias após tomar posse, Merino renuncia à presidência do Peru

Houve celebração imediata em Lima; violenta repressão a manifestações no sábado deixou dois mortos e mais de 100 feridos

Manuel Merino
'Quero tornar público para todo país que apresento minha renúncia', declarou Merino em uma mensagem transmitida pela televisão. Foto: Luka Gonzales/AFP 'Quero tornar público para todo país que apresento minha renúncia', declarou Merino em uma mensagem transmitida pela televisão. Foto: Luka Gonzales/AFP
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O presidente do Peru, Manuel Merino, anunciou sua renúncia neste domingo 15, cinco dias após tomar posse, em meio a protestos em massa e depois da pressão do Congresso.

“Quero tornar público para todo país que apresento minha renúncia”, declarou Merino em uma mensagem transmitida pela televisão. O fato desencadeou uma celebração imediata nas ruas de Lima, um dia depois da violenta repressão a manifestações, com saldo de dois mortos e mais de 100 feridos.

O Congresso deve agora nomear um novo presidente, que consiga pacificar o país.

O escolhido será o terceiro presidente em menos de uma semana, em um país duramente atingido pela pandemia do coronavírus e pela recessão econômica, que mergulhou em uma crise política quando o Parlamento removeu o presidente popular Martín Vizcarra em um julgamento a jato na segunda-feira.

Merino disse que, para que não haja “vácuo de poder”, os 18 ministros que ele assumiu na quinta-feira permanecerão no cargo temporariamente, embora praticamente todos tenham renunciado após a repressão aos manifestantes no sábado.

O fugaz governante anunciou sua renúncia pouco depois do meio-dia (14h em Brasília).

O Congresso designará seu sucessor – escolhido entre os parlamentares – em uma sessão convocada para as 18h (20h em Brasília). Isso significa que, durante seis horas pelo menos, o Peru não terá presidente.

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