Conselho de Segurança abordará crise entre Venezuela e Guiana na sexta-feira

No último domingo, a Venezuela organizou um referendo consultivo no qual mais de 95% dos participantes aprovaram a criação de uma província em Essequibo

Reunião do Conselho de Segurança da ONU Foto: Spencer Platt/Getty Images via AFP

Apoie Siga-nos no

O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reunirá nesta sexta-feira (7) a portas fechadas para abordar o conflito territorial entre Venezuela e Guiana, segundo a agenda oficial, a pedido do governo guianense.

Em carta à qual a AFP teve acesso, o chanceler Hugh Hilton Todd solicita ao Conselho de Segurança “uma reunião urgente” para abordar o conflito em Essequibo, uma região rica em petróleo sob administração guianense, mas reivindicada pela Venezuela.

Na carta, o ministro guianense relata “as ações empreendidas” pela Venezuela “para anexar formalmente e incorporar ao território venezuelano a região de Guiana Essequiba, que constitui mais de dois terços do território soberano” do país.

No último domingo, a Venezuela organizou um referendo consultivo no qual mais de 95% dos participantes aprovaram a criação de uma província em Essequibo e dar a nacionalidade aos 125.000 habitantes da região, sob jurisdição da Guiana.

Na terça-feira, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou que a petroleira estatal PDVSA concederá licenças para a exploração de petróleo, gás e minerais nesta região de 160.000 km2 e criou uma nova zona militar a cerca de 100 km da fronteira.

A Venezuela alega que Essequibo faz parte de seu território, como em 1777, quando era colônia da Espanha, e faz um apelo ao acordo de Genebra. Este último foi assinado em 1966, antes da independência da Guiana do Reino Unido, lançando as bases para uma solução negociada e anulando um laudo de 1899 que definia os limites atuais.


As ações adotadas pela Venezuela “não farão mais do que agravar ainda mais a situação. Sua conduta constitui claramente uma ameaça direta para a paz e a segurança da Guiana, e mais amplamente ameaça à paz e à segurança de toda a região”, conclui o chanceler em sua carta ao Conselho de Segurança.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.