Coreia do Norte enviou armas à Rússia para uso na Ucrânia, diz Casa Branca

Rússia e Coreia do Norte afirmaram que não foram assinados acordos militares durante a visita do líder norte-coreano, Kim Jong-un, a Vladimir Putin, há cerca de um mês

Foto: Vladimir SMIRNOV / POOL / AFP

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A Coreia do Norte enviou mais de 1.000 contêineres com equipamento militar e munições à Rússia nas últimas semanas para uso na Ucrânia, informou a Casa Branca nesta sexta-feira (13).

A informação vem à tona um mês depois de o líder norte-coreano, Kim Jong Un, ter viajado ao extremo leste da Rússia para se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, despertando temores entre os aliados de Kiev sobre a possibilidade de um provável acordo armamentístico.

“Nós condenamos (a Coreia do Norte) por fornecer à Rússia seu equipamento militar”, informou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

“Continuamos a monitorar quaisquer carregamentos de armas adicionais (da Coreia do Norte) para a Rússia”, acrescentou.

Segundo Kirby, em troca deste apoio, “Pyongyang está buscando assistência militar da Rússia, incluindo aviões-caça, mísseis terra-ar, veículos blindados, equipamento de produção de mísseis balísticos ou outros materiais e tecnologias avançadas”.

“Esta parceria militar em expansão entre a Coreia do Norte e a Rússia, incluindo quaisquer transferências de tecnologia da Rússia para a Coreia do Norte, compromete a estabilidade regional e o regime global de não proliferação”, acrescentou.


Segundo um gráfico fornecido pela Casa Branca, entre 1º de setembro e 1º de outubro, uma carga de contêineres foi embarcada por mar de Najin, na Coreia do Norte, rumo a Dunay, na Rússia.

A carga foi depois levada por trem a um depósito de munições perto de Tikhoretsk, no sudoeste da Rússia, a cerca de 290 km da fronteira com a Ucrânia.

A Coreia do Norte, que os Estados Unidos acusaram anteriormente de fornecer armamento à milícia russa do Grupo Wagner, é uma produtora maciça de armas convencionais e é conhecida por manter grandes estoques de equipamento bélico da era soviética, embora se desconheça em que condições.

A Rússia aumentou sua produção de projéteis este ano, provavelmente em até 2,5 milhões, mas analistas avaliam que este volume não conseguiria cobrir suas necessidades no campo de batalha.

As forças russas fazem cerca de 60.000 disparos por dia, segundo dados ucranianos.

Embora a Rússia tenha afirmado que não foram assinados acordos durante a visita do líder norte-coreano, Kim Jong Un, Putin admitiu que via “possibilidades” de uma cooperação militar.

Rússia e Coreia do Norte, aliados históricos, estão submetidos a sanções, o primeiro pela invasão da Ucrânia e o segundo pelos testes que realiza com armas nucleares.

Segundo Kirby, as remessas norte-coreanas violam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

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