No coração de Soweto, o berço da democracia sul-africana foi queimado e saqueado. Quase 70 anos atrás, nos primeiros tempos do apartheid, mais de 3 mil moradores se reuniram numa praça empoeirada para redigir a Carta da Liberdade, que exigia uma série de direitos e proclamava que a África do Sul “pertence a todos os que nela vivem, negros e brancos”. Quando o apartheid terminou, em 1994, e Nelson Mandela foi eleito presidente com uma avalanche de votos, a Carta tornou-se a base da nova e otimista Constituição do país. Por isso fazia sentido, anos depois de sua divulgação, marcar seu aniversário e transformar a praça na área de Kliptown num local representativo da nova África do Sul.
Abriram-se lojas e escritórios, um museu, um monumento à liberdade. Para completar, foi inaugurado um novo hotel, anunciado como “o primeiro quatro estrelas, oferecendo hospitalidade africana no coração de Soweto”. Uma chama de liberdade foi acesa, cercada pelas palavras da Carta.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login