Os equatorianos foram às urnas neste domingo 15 e elegeram no segundo turno Daniel Noboa, da Ação Democrática Nacional, para a presidência do país, na disputa contra Luisa González, do Movimento Revolução Cidadã.
A votação terminou às 17h locais, 19h de Brasília, e colocou frente a frente González, pupila do ex-presidente de esquerda Rafael Correa, e Noboa, filho de um dos homens mais ricos do país e herdeiro de um império do setor bananeiro.
Com cerca de 90% da apuração realizada, Daniel Noboa somava 52% dos votos válidos, contra 48% de Luisa González. Votos em branco representavam pouco menos de 1%, enquanto os nulos se aproximavam de 8%.
González reconheceu a vitória de Noboa por volta das 22h de Brasília.
Apoiado por partidos de direita e autoproclamado de centro-esquerda, Noboa será o presidente mais jovem da história do país, aos 35 anos. González, de 45 anos, tentava se tornar a primeira mulher a chegar ao cargo.
Cerca de 13,4 milhões dos 16,9 milhões de equatorianos estavam convocados a votar. Ao longo do domingo, surgiram denúncias de fraude após a circulação, nas redes sociais, de imagens de uma pessoa preenchendo várias cédulas a favor de Noboa no que parecia ser uma seção eleitoral.
Diana Atamaint, presidenta do Conselho Nacional Eleitoral, anunciou a abertura de uma investigação imediata sobre a suposta irregularidade.
Nos últimos anos, o Equador se transformou em um centro de operação de cartéis do tráfico de drogas, com tentáculos internacionais que impõem um regime de terror a somar milhares de mortes.
Os candidatos compareceram às seções de votação com coletes à prova de balas, seguranças com fuzis e um clamor unânime: reduzir a violência. Por volta de 100 mil militares e policiais se mobilizaram em todo o país para garantir a segurança.
A pobreza atinge 27% da população, em um país dolarizado. Já a soma dos índices de desemprego e subemprego chega a 26%.
Daniel Noboa governará o Equador por quase 17 meses, a fim de concluir o mandato do direitista Guillermo Lasso, que dissolveu o Congresso e convocou eleições antecipadas para escapar de um processo de impeachment por corrupção.
A campanha ficou marcada pela violência política, com assassinatos de lideranças. Fernando Villavicencio, um dos candidatos à Presidência no primeiro turno, foi baleado ao deixar um comício em Quito em 9 de agosto. Posteriormente, sete dos presos por envolvimento no assassinato foram mortos em diferentes prisões do país.
González e Noboa se comprometeram na campanha a enfrentar o crime e as organizações do narcotráfico. Entre 2018 e 2022, os homicídios quadruplicaram e chegaram a 26 para cada 100 mil habitantes.
Grupos vinculados a cartéis mexicanos e colombianos disputam o mercado da droga e usam as prisões como centro logístico. As penitenciárias também têm sido palco de massacres violentos. Desde 2021, mais de 460 detentos morreram nesses motins.
No primeiro turno, González obteve 34%, ante 23% de Noboa.
(Com informações da AFP)
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