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Esqueletos no armário

Nas Filipinas, patologista forense revela o verdadeiro preço da guerra às drogas de Rodrigo Duterte

Massacre. Acionado, o Tribunal Penal Internacional estima que a repressão filipina provocou até 30 mil mortes - Imagem: Jam Sta Rosa/AFP
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Em um antigo almoxarifado de universidade, com mesas de madeira resgatadas de um lixão, Raquel Fortun começou a investigar a impiedosa repressão lançada no governo do ex-presidente filipino Rodrigo Duterte. Uma dos dois únicos patologistas forenses do país, Fortun passou mais de 18 meses examinando os restos mortais exumados de dezenas de vítimas da chamada “guerra às drogas”, revelando sérias irregularidades na forma como suas autópsias foram realizadas – incluindo diversos atestados de óbito que erroneamente atribuíram as mortes a causas naturais.

Mais recentemente, suas descobertas levantaram questões sobre os exames rea­lizados no corpo de Kian delos Santos, um garoto de 17 anos cuja morte no auge dos tiroteios provocou indignação global. As Filipinas não produzem automaticamente autópsias em casos de morte violenta, observa Fortun. O padrão, onde elas ocorrem, é ruim, com evidências frequentemente descartadas. “Temos instituições muito fracas, pessoas desqualificadas, uma lei muito antiga. Aí vem um louco, ascendendo ao topo como presidente, e acho que ele apenas se aproveitou disso.”

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