Mundo

EUA autorizará a venda de pílulas abortivas em farmácias

Será necessária uma receita para obter os comprimidos, que anteriormente só estavam disponíveis em algumas farmácias através de pedidos feitos por correspondência ou para médicos e clínicas certificados

Manifestante em Washington reforça que aborto é questão de saúde pública. Foto: Jose Luis Magana/AFP
Apoie Siga-nos no

As autoridades de saúde dos Estados Unidos disseram que as farmácias terão permissão para vender pílulas abortivas, uma medida que pode ampliar drasticamente o acesso ao aborto depois que a Suprema Corte derrubou o direito federal ao procedimento no ano passado.

Mudanças regulatórias anunciadas na terça-feira pela Food and Drug Administration (FDA) significam que a mifepristona, uma das duas drogas usadas por clínicas de aborto para interromper uma gravidez, estará disponível em farmácias dos estados onde o aborto é permitido.

Será necessária uma receita para obter os comprimidos, que anteriormente só estavam disponíveis em algumas farmácias através de pedidos feitos por correspondência ou para médicos e clínicas certificados.

A demanda por pílulas abortivas aumentou desde que a Suprema Corte, dominada pelos conservadores, emitiu uma decisão histórica em junho passado que derrubou a decisão “Roe v. Wade” de 1973, que garantiu o direito das mulheres ao aborto por meio século.

As pílulas abortivas já são usadas em mais da metade dos procedimentos americanos para interromper uma gravidez, dizem os especialistas, e têm se tornado cada vez mais o foco da batalha política e legal pelo direito ao aborto desde a controversa decisão da Suprema Corte.

As farmácias precisarão de certificação para armazenar o medicamento, enquanto as pacientes precisarão preencher um formulário de consentimento.

A decisão da FDA foi bem recebida pela União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU).

“Estamos satisfeitos que a FDA tenha ampliado o acesso das farmácias a este medicamento seguro e eficaz, aliviando um dos fardos desnecessários da agência sobre os pacientes que usam mifepristona”, disse Julia Kaye, do Projeto de Liberdade Reprodutiva da ACLU.

Por sua vez, Marjorie Dannenfelser, presidente da organização antiaborto Susan B. Anthony List, criticou a decisão.

“O governo Biden demonstrou mais uma vez que prioriza os lucros da indústria do aborto em detrimento da segurança das mulheres e das vidas dos nascituros”, disse ela em um comunicado.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo