EUA estendem situação de emergência contra Cuba e citam risco à ‘segurança nacional’

A declaração de emergência foi imposta pelo ex-presidente Bill Clinton em março de 1996

Foto: Carlos Silva/El Ciudadano

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Os Estados Unidos estenderam nesta quarta-feira 23 por um ano a declaração de emergência nacional em relação a Cuba, em vigor desde 1996, quando caças cubanos derrubaram dois aviões do grupo de exilados Irmãos ao Resgate, informou a Casa Branca.

Em nota que transmitirá ao Congresso, o presidente Joe Biden considera que “o governo cubano não demonstrou que se absterá do uso excessivo da força contra embarcações ou aeronaves americanas que possam participar de atividades comemorativas ou protestos pacíficos no norte de Cuba”.

Além disso, “a entrada não autorizada de qualquer embarcação registrada nos EUA em águas territoriais cubanas continua sendo prejudicial para a política externa dos EUA, porque tal entrada poderia facilitar a migração em massa de Cuba”.

A declaração de emergência foi imposta pelo ex-presidente Bill Clinton em março de 1996, depois que caças Mig cubanos derrubaram dois aviões pertencentes aos Irmãos ao Resgate em 24 de fevereiro daquele ano, deixando quatro mortos. O grupo realizava buscas por possíveis imigrantes que fugiam da ilha em embarcações precárias.

Para os EUA, “a migração em massa de Cuba colocaria em risco a segurança nacional”, já que “representa uma perturbação ou ameaça de perturbação nas relações internacionais”, diz Biden.

A ilha, sob embargo americano desde 1962, vive sua pior crise econômica em quase 30 anos, com grave escassez de alimentos e remédios, além de crescente agitação social que se materializou na dissidência juvenil.


Cuba sofre diferentes tipos de sanções que variaram ao longo do tempo.

O ex-presidente democrata Barack Obama promoveu uma reaproximação com a ilha a partir de 2015, mas as tensões se intensificaram novamente com seu sucessor, o republicano Donald Trump, que fortaleceu o embargo econômico para forçar uma mudança de regime.

Biden prometeu rever a política de Trump para Cuba. Mas, após as manifestações de julho passado que resultaram em 1.320 detidos, o presidente americano adotou sanções contra altos funcionários do governo cubano e prometeu mais medidas, a menos que haja “mudanças drásticas” na ilha.

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