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EUA vetam e Conselho de Segurança da ONU rejeita proposta humanitária do Brasil para Gaza

O país norte-americano foi o único contrário à resolução, que previa um corredor humanitário e fornecimento de itens básicos para a população na região

Foto: Nicholas Kamm / AFP
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No Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), os Estados Unidos vetaram um texto proposto pelo Brasil sobre o conflito em Gaza. A diplomacia brasileira costurou uma resolução que propunha uma ‘pausa humanitária’ na região. Em reunião realizada nesta quarta-feira 18, a proposta foi aceita por 12 países, mas contou com o voto contrário do país que, por ser membro, tem poder de veto.

A proposta brasileira buscava fazer com que a pausa humanitária permitisse “o acesso humanitário rápido e seguro” na região. O texto ressaltava a necessidade a necessidade de que eletricidade, água, alimentos e medicamentos fossem fornecidos para os civis em Gaza. 

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, argumentou que a posição norte-americana se justifica pelo fato do país ter ficado “desapontado” pela ausência de menção, no texto, sobre “o direito de autodefesa de Israel”. 

Para que uma resolução seja aprovada no Conselho de Segurança da ONU, é preciso que ela obtenha, pelo menos, nove votos dos quinze membros, contanto que não haja nenhum contrário. 

A resolução do Brasil foi aprovada pelos seguintes países: China, França, Japão, Suíça, Emirados Árabes Unidos, Equador, Albânia, Gabão, Gana, Malta e Moçambique, além do próprio Brasil. Rússia e Reino Unido se abstiveram na votação.

Com isso, o Conselho da ONU segue uma lógica que vem sendo experimentada há sete anos: no período, o colegiado não conseguiu aprovar nenhum entendimento entre as principais potências do mundo que estabeleça uma solução para o conflito entre Israel e Palestina.

A diplomacia brasileira lamentou o veto. “Tristemente, muito tristemente, o silêncio e a inação prevalecem”, disse o embaixador do Brasil na ONU, Sérgio Danese.

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