Eugenia húngara

Viktor Orbán critica a “mistura de raças” e os países europeus que admitem a presença de “mestiços”

Desta vez, o repúdio global a Orbán foi mais assertivo - Imagem: Gabriel Bouys/AFP

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Uma antiga assessora do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que renunciou no fim de julho, alertou-o de que sua retórica de extrema-direita pode ter consequências trágicas. O líder húngaro provocou uma reação no país e no exterior com um discurso recente, no qual se manifestou contra a “mistura de raças”. Logo depois, a socióloga Zsuzsa Hegedüs, que conhece Orbán­ há 20 anos, apresentou sua renúncia e criticou o primeiro-ministro pelo que chamou de discurso “puramente nazista”. “Sou judia. E o trabalho da nossa geração é impedir qualquer coisa parecida, porque vimos o que aconteceu. Não apenas com os judeus. Em Ruanda também. O ódio étnico leva ao genocídio”, disse Hegedüs em entrevista a The Observer.

O discurso de Orbán aconteceu em um encontro anual na Romênia, que o líder húngaro costuma usar para fazer anúncios importantes. Durante o pronunciamento, disse que a mistura entre europeus é aceitável, mas os europeus a se misturar com não europeus criaram “mestiços”. “Estamos dispostos a nos misturar, mas não queremos nos tornar mestiços”, afirmou. Ele acrescentou que os países da Europa Ocidental onde isso foi considerado aceitável “não são mais nações”.

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