Europa não é mais um continente de paz, afirma presidente ucraniano

A Ucrânia promoverá, no dia 15 de junho, uma conferência de paz; evento não terá a presença da Rússia

Foto: JULIEN DE ROSA / POOL / AFP

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A Europa não é mais um continente de paz devido à invasão russa da Ucrânia, afirmou nesta sexta-feira o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no Parlamento da França, antes de chamar o homólogo russo, Vladimir Putin, de “inimigo comum” de seu país e da Europa.

“Vivemos em uma época em que a Europa já não é um continente de paz”, declarou o presidente, ao alertar que 80 anos depois do Desembarque da Normandia, a invasão do seu país pela Rússia trouxe de volta “o nazismo […] à Europa”.

Durante um discurso no Parlamento francês, Zelensky expressou o desejo de que a reunião de cúpula internacional sobre a paz, de 15 e 16 de junho na Suíça, possa aproximar a Ucrânia “do fim da guerra”.

“Sou agradecido por tudo que estão fazendo, que é muito. Mas para uma paz justa é necessário fazer mais”, insistiu.

“É na Ucrânia que reside a chave da segurança da Europa”, disse ele. “Sem controlar a Ucrânia, a Rússia terá que ser um Estado nacional normal, e não um império colonial que procura constantemente novos territórios na Europa, na Ásia e na África”, disse.

Mais de 100 países e organizações foram convidadas para a conferência de paz na Ucrânia, que acontecerá na cidade de Lucerna. A Rússia não está na lista de convidadas.


Em abril, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a conferência “não faz sentido” sem a presença da Rússia.

Devido à invasão da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, a Rússia também não foi convidada para as cerimônias organizadas na França para celebrar os 80 anos do Desembarque na Normandia, que contribuiu para libertar a Europa da ocupação nazista, apesar do elevado preço que a União Soviética pagou na vitória final (27 milhões de mortos civis e militares).

Entre os convidados estavam o rei britânico Charles III, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, o presidente Zelensky e quase 200 veteranos de países aliados.

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