Mundo
Evo Morales denuncia ordem de prisão ilegal contra ele
Evo Morales renunciou à presidência da Bolívia após ser pressionado por militares de policiais
O ex-presidente boliviano Evo Morales, que renunciou neste domingo 10 pressionado por militares e policiais, denunciou que há uma ordem de “prisão ilegal contra minha pessoa”.
“Denuncio ao mundo e ao povo boliviano que um oficial da polícia anunciou publicamente que tem a instrução de executar uma ordem de prisão ilegal contra minha pessoa”, tuitou Morales, que anunciou também que “grupos violentos” atacaram sua casa.
Morales, que governou a Bolívia durante quase 14 anos, acrescentou: “Os golpistas destroem o Estado de Direito”.
O líder cívico direitista Luis Fernando Camacho, que liderou o movimento pela renúncia de Morales, confirmou a ordem de prisão.
“Confirmado!! Ordem de apreensão para Evo Morales!! A polícia e os militares estão procurando-o no Chapare”, uma província do cêntrico departamento de Cochabamba, escreveu Camacho.
“Os militares o tiraram do avião presidencial e (ele) está escondido no Chapare, pegarão ele! JUSTIÇA!”, acrescentou.
Morales ficou recluso neste domingo na zona cocalera de Chapare, seu berço político, para anunciar sua renúncia, após perder o apoio dos militares e da polícia.
O ex-presidente chegou à tarde à bordo do avião presidencial ao aeroporto de Chimoré, que serve ao Chapare, acompanhado do vice-presidente Álvaro García Linera, que também renunciou ao cargo e à presidência do Congresso.
Morales, de 60 anos e que assumiu em 2006, enfrentou três semanas de protestos nas ruas contra sua reeleição nas questionadas eleições de 20 de outubro.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.