Dois ex-funcionários da OceanGate, empresa responsável pelo submersível Titan, já haviam manifestado preocupações sobre a segurança da embarcação.
O ex-diretor de operações marítimas da empresa David Lochridge disse em um processo judicial ter sido demitido injustamente, em 2018, por levantar preocupações a respeito da embarcação.
Ele afirmou ter sido encarregado pelo CEO da empresa, Stockton Rush – que estava entre os cinco tripulantes do Titan -, de realizar uma inspeção no submersível. Lochridge declarou ter demonstrado preocupações sobre a falta de testes no casco do submersível para verificar, entre outros pontos, “delaminações e porosidade”. Ao levantar a questão, Lochridge afirma ter sido comunicado de que não havia o equipamento necessário para realizar o teste.
Outro ex-funcionário da empresa disse sob anonimato à CNN que tinha preocupações semelhantes às de Lochridge. Segundo ele, o casco de fibra de carbono da embarcação foi construído com cinco polegadas de espessura, mas a recomendação de engenheiros da companhia era de que tivesse sete polegadas. O homem trabalhou como técnico de operações e ajudava a rebocar submersíveis para o oceano e prepará-los para a operação de mergulho.
O ex-funcionário afirmou que as preocupações foram apresentadas a Rush, que sempre manteve uma postura defensiva. Disse ainda ter sido dispensado imediatamente ao questionar a possibilidade de a OceanGate agir em violação a uma lei dos Estados Unidos relacionada às inspeções da Guarda Costeira.
Nesta quinta-feira 22, a Guarda Costeira dos Estados Unidos informou ter encontrado destroços nas áreas de busca pelo submersível Titan, desaparecido há três dias.
Horas depois, em coletiva de imprensa, o comandante John Mauger confirmou que os destroços são “consistentes com uma perda catastrófica da câmara de pressão”. As famílias foram notificadas pela Guarda Costeira sobre a morte de seus parentes.
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