Expulsão de afro-americanos do congresso do Tennessee desperta críticas nos EUA

Parlamentares foram retirados após pedirem o controle de armas no País; uma terceira congressista branca, que também protestou, não foi expulsa

Foto: AFP

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A ferida da segregação foi reaberta, nesta sexta 7, depois que o congresso do Tennessee, liderado pelos republicanos, expulsou ontem Justin Jones e Justin Pearson, dois congressistas democratas afro-americanos que se manifestaram para pedir o controle de armas, uma medida que alguns consideraram “racista”. 

A iniciativa tomada contra os dois afro-americanos surpreendeu Washington, onde o presidente Joe Biden a qualificou como “impactante” e “antidemocrática”. Uma terceira congressista branca, que também protestou, não foi expulsa. 

“Silenciar as vozes de dois membros negros por protestar pacificamente contra a violência armada não é apenas racista, mas também uma mudança radical das regras e tradições democráticas sobre as quais se fundou a nossa nação”, tuitou a congressista democrata Yvette Clarke.

Em 30 de março, poucos dias depois de um ataque a tiros em um colégio religioso de Nashville, Justin Jones, Justin Pearson e Gloria Johnson se uniram a centenas de manifestantes no Parlamento para exigir uma regulação mais restrita das armas de fogo.

Os manifestantes entraram no Congresso do Tennessee para chamar a atenção dos deputados, que estavam reunidos. 

Jones e Pearson usaram um mega-fone para convidar os manifestantes a gritarem lemas como “Poder para o povo” e ” Não há paz sem ação”, segundo vários meios de comunicação. 


Na quinta 6, seus colegas republicanos os puniram. “Ontem, parecia um julgamento da era Jim Crow”, afirmou nesta sexta em coletiva de imprensa Jesse Chism, vice-presidente da frente parlamentar negra do parlamento do Tennessee, em alusão às leis de segregação vigentes até meados do século XX. 

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