Extremistas de direita apontam arma contra militantes socialistas na Argentina

A gravação também registra uma ameaça ao presidente Alberto Fernández

Foto: Reprodução

Apoie Siga-nos no

Dois militantes de extrema-direita ameaçaram disparar com armas de fogo contra uma das instalações do partido argentino Esquerda Socialista na cidade de La Plata, na província de Buenos Aires. O caso foi noticiado pela agência local Télam, a partir de vídeos compartilhados nas redes sociais.

Nas imagens, é possível ver os militantes com os rostos cobertos em frente ao local. Um deles aponta uma arma para o interior do imóvel, onde integrantes da legenda de esquerda conversavam.

Os homens que aparecem na gravação se apresentam como integrantes de um grupo de ultradireita da cidade de Buenos Aires e seguidores do deputado Javier Milei.

Segundo o jornal Pagina 12, o episódio ocorreu dias antes de 24 de março, intitulado Dia pela Memória, pela Verdade e pela Justiça, que neste ano marcou o 47º aniversário do golpe de Estado de 1976.

Em nota, a Esquerda Socialista informou ter solicitado uma audiência em caráter de urgência com os ministros do Interior, Wado De Pedro, e da Segurança, Aníbal Fernández, a fim de “tomar medidas urgentes e necessárias contra os responsáveis ​​por este novo e gravíssimo ato que viola as mais elementares liberdades democráticas”.

O deputado Juan Carlos Giordano, dirigente da Esquerda Socialista e eleito pela Frente de Esquerda, escreveu nas redes sociais que “o vídeo permite identificar os encapuzados como um grupo de ultradireita da Cidade Autônoma de Buenos Aires identificado como GPTV, seguidores do ‘liberfacho’ Milei”.


“Apelamos às organizações políticas, sindicais, sociais, de direitos humanos e da juventude a se manifestarem e aos ministros nacionais a concretizarem o pedido de audiência”, emendou o parlamentar.

O vídeo, no entanto, não mostra apenas a ação em frente ao endereço da Esquerda Socialista. Na gravação, também há uma espécie de “entrevista” com um militante de extrema-direita chamado José Derman, que foi preso após celebrar a tentativa de atentado contra a vice-presidenta Cristina Kirchner, em setembro de 2022.

Um dos encapuzados entrega uma pistola a Derman, que a apanha e a deixa sobre uma mesa. Na sequência, há uma ameaça ao presidente Alberto Fernández.

“José, querido, você pode fazer o que quiser com Alberto Fernández. Você não terá nenhum problema. Você não acha que isso seria um ato de justiça?”, pergunta o extremista a Dermán, que responde: “Exatamente. Sim”.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.