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Flórida enfrenta a devastação provocada pelo furacão Ian; veja imagens

Rebaixado para tempestade tropical, o Ian atingiu o sudoeste da Flórida como um furacão de categoria 4 (em uma escala de 5)

Créditos: SEAN RAYFORD / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP
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As autoridades nos Estados Unidos avaliavam, nesta quinta-feira 29), os danos “históricos” do poderoso furacão Ian, que “devastou” algumas cidades da Flórida e pode ter causado a morte de duas pessoas, segundo o governador do estado.

“Temos duas mortes que ainda não foram confirmadas, pois não sabemos se estão relacionadas à tempestade”, embora seja “provável”, disse Ron DeSantis.

“Nós nunca vimos inundações como estas”, frisou.

“Algumas áreas, como Cape Coral, a cidade de Fort Myers, foram inundadas e devastadas por esta tempestade”, continuou o governador, apontando danos “históricos”.

Ian, rebaixado para tempestade tropical, atingiu a terra na tarde de quarta-feira como um furacão de categoria 4 (em uma escala de 5) no sudoeste da Flórida, antes de continuar avançando pelo estado, com ventos fortes e chuvas torrenciais.

Ainda é cedo para fazer uma avaliação, mas alguns danos materiais já eram visíveis algumas horas depois da passagem do furacão.

Na manhã desta quinta-feira, mais de 2,6 milhões de residências e comércios estavam sem energia elétrica, de um total de 11 milhões, segundo o site especializado PowerOutage.

“Incessante”

Punta Gorda, uma pequena cidade costeira localizada no caminho do furacão, acordou sem eletricidade.

Enquanto bombeiros e policiais vasculhavam as ruas para avaliar os danos, uma escavadeira limpava galhos de palmeiras caídos.

Ian arrancou algumas árvores, bem como postes de energia e placas de trânsito.

Fortes chuvas inundaram as ruas do pequeno porto, onde a água ainda estava na altura da panturrilha esta manhã.

Morador da cidade, Joe Ketcham decidiu ficar em casa na quarta-feira, apesar das ordens de evacuação.

“Agora estou mais calmo, mas ontem estava preocupado”, comentou o senhor de 70 anos. “Foi incessante. O vento soprava constantemente. Podíamos ouvir o metal batendo contra o prédio. Estava escuro. Não sabíamos o que estava acontecendo lá fora”, narrou.

Lisamarie Pierro, que também mora em Punta Gorda, disse estar aliviada ao ver sua casa “ainda de pé”.

“Foi longo e intenso. E então parou. E então recomeçou”, explicou.

Ian também ameaçou a cidade de Orlando e os parques temáticos da Disney nas proximidades, fechados na quarta e nesta quinta-feira.

20 migrantes desaparecidos

Dada a magnitude dos danos, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou estado de desastre natural esta manhã, uma decisão que permite que fundos federais adicionais sejam liberados para as regiões afetadas.

Em Naples, imagens do canal MSNBC mostraram ruas completamente inundadas e carros flutuando.

O chefe dos bombeiros da cidade do sudoeste da Flórida, Pete DiMara, disse à CNN que sua estação foi subitamente inundada com até dois metros de água, impedindo que suas equipes atendessem às chamadas de emergência.

Um pouco fora da trajetória do furacão, perto do arquipélago americano de Keys, as condições do mar agitado viraram um barco que transportava migrantes na quarta-feira.

Esta manhã, a Guarda Costeira ainda procurava 20 pessoas, depois que três foram resgatadas no dia anterior e outras quatro conseguiram nadar até a costa.

Embora enfraquecido, Ian continuava seu curso destrutivo em direção à Carolina do Sul nesta quinta-feira. O Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos disse que gerou ventos de até 100 km/h e inundações “catastróficas” no centro-leste da Flórida.

Prevê-se que Ian emergirá sobre o Atlântico ocidental até o final do dia, de acordo com o NHC, que antecipa um fortalecimento leve, que “pode se aproximar da força de um furacão quando chegar perto da costa da Carolina do Sul na sexta-feira”.

Especialistas apontam que, à medida que a superfície dos oceanos aquece, aumenta a frequência de furacões mais intensos, com ventos mais fortes e mais precipitação, mas não o número total de furacões.

Créditos: AFP / JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images

Créditos: Win McNamee/Getty Images/AFP

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