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François Hollande vence primeiro turno

Socialista enfrenta Sarkozy no segundo turno, mas extrema-direita bate recorde com 20% dos votos para Marine Le Pen

©AFP / Thierry Zoccolan O socialista é criticado por muitos por ser indeciso
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O socialista François Hollande conquistou neste domingo 22 o primeiro turno da eleição presidencial na França, marcado pelo índice surpreendente de votos da candidata da extrema-direita, Marine Le Pen – escolhida por cerca de 20% dos franceses -, segundo as pesquisas de boca de urna.

Hollande teria entre 28 e 29,3% dos votos e Nicolas Sarkozy, de 25,5 e 27%. Os dois vão se enfrentar no dia 6 de maio no segundo turno.

Le Pen chega em terceiro lugar, seguida pelo representante da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon (10,8 e 11,7%) e o centrista François Bayrou (menos de 10%).

O comparecimento dos franceses às urnas ficou acima do esperado, num primeiro turno dominado pela crise econômica. A taxa de participação chegou a mais de 80%, segundo estimativas dos institutos de pesquisa, um número elevado, embora inferior a 2007 (83,77%).

Essas cifras dissipam a preocupação com uma grande abstenção, expressada durante uma campanha que pouco apaixonou os franceses, que não viam no pleito soluções para suas dificuldades.

Considerado há meses vencedor no segundo turno, com 55% dos votos em média, François Hollande, 57 anos, está em posição de força para se tornar o primeiro presidente de esquerda desde François Mitterrand (1981-1995).

Com pouca experiência em cargos de peso, o candidato passa a imagem de sobriedade e deve poder contar no segundo turno com os votos dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon e da ecologista Eva Joly.

“Escolher o próximo presidente não é uma eleição nacional, é uma eleição que vai pesar em toda a Europa”, declarou Hollande na manhã deste domingo. Ele pretende renegociar o tratado sobre o orçamento assinado no início de março, se eleito.

Nicolas Sarkozy votou pela manhã, em Paris, ao lado da mulher Carla Bruni-Sarkozy, sem fazer declarações.

Extrema-direita

Com a estimativa de ter recebido cerca de 20% dos votos, Le Pen ganha grande importância para a segunda parte das eleições e se habilita como forte figura política para os próximos anos. Seu pai, Jean-Marie Le Pen, chegou ao segundo turno, em 2002.

“Somos a única oposição à esquerda ultraliberal, laxista e libertária”, declarou a militantes, em Paris.

O resultado também mostra que a deputada europeia conseguiu impor-se em alguns meses na liderança da Frente Nacional e levou um partido de extrema direita a um percentual de votos numa antes alcançado em uma eleição nacional na França.

“Aconteça o que acontecer nos próximos 15 dias, a batalha da França apenas começa, nada será mais como antes”, afirmou. E completou: “O primeiro turno não é um fim em si, mas um começo.”

Dez anos após o feito de seu pai, Le Pen conseguiu superá-lo em termos de números de eleitores conquistados. Recolheu 7 pontos a mais do que ele na eleição em 2007. “Ela me sucedeu”, reagiu calorosamente Jean-Marie.

Durante a campanha, a deputada afirmou querer defender a “França dos invisíveis”, dos “esquecidos” da crise e a identidade nacional contra uma “islamização” crescente.

Aos 43 anos, ela se soma às mulheres políticas que fazem soprar um vento de extrema direita na Europa, a exemplo de Pia Kjaersgaard, a presidente do Partido do Povo Dinamarquês, ou de Krisztina Morvai, deputada europeia na chapa do partido nacionalista húngaro Jobbik.

Crise

A crise na Zona do Euro esteve presente na campanha com a explosão de déficits, taxa de desemprego (mais de 10% da população economicamente ativa), o protecionismo europeu e a justiça fiscal. “Nunca deixei de votar mas, desta vez, sinto muito pouco entusiasmo. No plano econômico, há pouca diferença entre os dois candidatos”, comentava em Paris uma eleitora de 62 anos, Isabelle Provost.

Foi neste contexto que François Hollande traçou sua estratégia metodicamente, sem levantar a multidão, mas destacando suas prioridades – o emprego dos jovens e o crescimento.

O ex-líder do Partido Socialista (1997-2008) conseguiu fazer esquecer sua falta de experiência no governo, transformando a eleição num referendo contra Sarkozy, mergulhado em recordes de impopularidade.

Com informações AFP.

Leia mais em AFP Movel.

O socialista François Hollande conquistou neste domingo 22 o primeiro turno da eleição presidencial na França, marcado pelo índice surpreendente de votos da candidata da extrema-direita, Marine Le Pen – escolhida por cerca de 20% dos franceses -, segundo as pesquisas de boca de urna.

Hollande teria entre 28 e 29,3% dos votos e Nicolas Sarkozy, de 25,5 e 27%. Os dois vão se enfrentar no dia 6 de maio no segundo turno.

Le Pen chega em terceiro lugar, seguida pelo representante da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon (10,8 e 11,7%) e o centrista François Bayrou (menos de 10%).

O comparecimento dos franceses às urnas ficou acima do esperado, num primeiro turno dominado pela crise econômica. A taxa de participação chegou a mais de 80%, segundo estimativas dos institutos de pesquisa, um número elevado, embora inferior a 2007 (83,77%).

Essas cifras dissipam a preocupação com uma grande abstenção, expressada durante uma campanha que pouco apaixonou os franceses, que não viam no pleito soluções para suas dificuldades.

Considerado há meses vencedor no segundo turno, com 55% dos votos em média, François Hollande, 57 anos, está em posição de força para se tornar o primeiro presidente de esquerda desde François Mitterrand (1981-1995).

Com pouca experiência em cargos de peso, o candidato passa a imagem de sobriedade e deve poder contar no segundo turno com os votos dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon e da ecologista Eva Joly.

“Escolher o próximo presidente não é uma eleição nacional, é uma eleição que vai pesar em toda a Europa”, declarou Hollande na manhã deste domingo. Ele pretende renegociar o tratado sobre o orçamento assinado no início de março, se eleito.

Nicolas Sarkozy votou pela manhã, em Paris, ao lado da mulher Carla Bruni-Sarkozy, sem fazer declarações.

Extrema-direita

Com a estimativa de ter recebido cerca de 20% dos votos, Le Pen ganha grande importância para a segunda parte das eleições e se habilita como forte figura política para os próximos anos. Seu pai, Jean-Marie Le Pen, chegou ao segundo turno, em 2002.

“Somos a única oposição à esquerda ultraliberal, laxista e libertária”, declarou a militantes, em Paris.

O resultado também mostra que a deputada europeia conseguiu impor-se em alguns meses na liderança da Frente Nacional e levou um partido de extrema direita a um percentual de votos numa antes alcançado em uma eleição nacional na França.

“Aconteça o que acontecer nos próximos 15 dias, a batalha da França apenas começa, nada será mais como antes”, afirmou. E completou: “O primeiro turno não é um fim em si, mas um começo.”

Dez anos após o feito de seu pai, Le Pen conseguiu superá-lo em termos de números de eleitores conquistados. Recolheu 7 pontos a mais do que ele na eleição em 2007. “Ela me sucedeu”, reagiu calorosamente Jean-Marie.

Durante a campanha, a deputada afirmou querer defender a “França dos invisíveis”, dos “esquecidos” da crise e a identidade nacional contra uma “islamização” crescente.

Aos 43 anos, ela se soma às mulheres políticas que fazem soprar um vento de extrema direita na Europa, a exemplo de Pia Kjaersgaard, a presidente do Partido do Povo Dinamarquês, ou de Krisztina Morvai, deputada europeia na chapa do partido nacionalista húngaro Jobbik.

Crise

A crise na Zona do Euro esteve presente na campanha com a explosão de déficits, taxa de desemprego (mais de 10% da população economicamente ativa), o protecionismo europeu e a justiça fiscal. “Nunca deixei de votar mas, desta vez, sinto muito pouco entusiasmo. No plano econômico, há pouca diferença entre os dois candidatos”, comentava em Paris uma eleitora de 62 anos, Isabelle Provost.

Foi neste contexto que François Hollande traçou sua estratégia metodicamente, sem levantar a multidão, mas destacando suas prioridades – o emprego dos jovens e o crescimento.

O ex-líder do Partido Socialista (1997-2008) conseguiu fazer esquecer sua falta de experiência no governo, transformando a eleição num referendo contra Sarkozy, mergulhado em recordes de impopularidade.

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