Um grupo alemão de extrema-esquerda assumiu, nesta terça-feira (5), a responsabilidade pela “sabotagem” que obrigou a fabricante de veículos elétricos Tesla a parar a produção na sua fábrica perto de Berlim e cujos prejuízos poderiam chegar a centenas de milhões de euros.
“Com a nossa sabotagem estabelecemos o objetivo de alcançar o maior apagão possível da Gigafábrica da Tesla”, declarou “Vulkan Gruppe” em comunicado publicado em uma plataforma usada por ativistas de extrema esquerda.
Na manhã desta terça-feira, um incêndio em um poste elétrico localizado próximo à fábrica da Tesla causou uma queda de energia, afetando toda a região. A polícia abriu uma investigação.
A fabricante americana estima que os prejuízos econômicos ascendam a “um valor de nove dígitos”, sem “nenhuma visibilidade clara” sobre quando a produção poderá ser retomada, declarou André Thierig, diretor da fábrica.
“Temos mais de 12 mil funcionários que atualmente não podemos continuar empregando”, acrescentou.
O CEO da Tesla, Elon Musk, declarou em sua plataforma X que “estes são os ecoterroristas mais estúpidos do planeta, ou os fantoches daqueles que não têm bons objetivos ambientais”.
“Interromper a produção de veículos elétricos, em vez de veículos que usam combustíveis fósseis, é extremamente estúpido”, acrescentou.
Os ativistas acusam a fábrica, inaugurada em 2022 e a única da Tesla na Europa, de “poluir o lençol freático e consumir enormes quantidades de água potável, já escassa, para os seus produtos”.
A sua construção em uma área florestal da região de Brandemburgo gerou oposição de grupos ambientalistas, que foi intensificada com os planos da Tesla de expandir a fábrica para duplicar a sua capacidade de produção.
Em votação consultiva organizada pela prefeitura no final de fevereiro, os moradores manifestaram sua oposição ao projeto.
A fábrica alemã de Elon Musk produz atualmente mais de 250 mil veículos elétricos por ano, com uma meta de longo prazo de 500 mil unidades.
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