Hezbollah bombardeia Israel em resposta a ataques contra o Líbano

Grupo informou que efetuou os disparos em resposta a dois bombardeios israelenses

Ataque aéreo israelense na vila de Khiam, no sul do Líbano Foto: Rabih Daher/AFP

Apoie Siga-nos no

O movimento libanês Hezbollah anunciou nesta quinta-feira 27 que bombardeou uma base militar no norte de Israel em resposta a ataques que mataram quatro dos seus combatentes, em meio ao aumento do temor de uma escalada bélica regional.

O movimento islamita pró-Irã afirmou que lançou “dezenas de foguetes Katyusha contra a principal base de defesa aérea e antimísseis” do norte de Israel. Quatro dos seus combatentes morreram, acrescentou, reivindicando a autoria de outros dois ataques contra posições de Israel, incluindo um com drones.

O Hezbollah informou que efetuou os disparos em resposta a dois bombardeios israelenses, um deles ocorrido hoje em Sohmor, leste do Líbano, e o outro na véspera, em Nabatieh, no sul, que deixou mais de 20 feridos.

Segundo o movimento islamita, um dos seus combatentes foi morto no ataque a Sohmor. De acordo com a Agência Nacional de Informação libanesa (AIN), um drone atacou um motociclista naquela localidade.

O Exército israelense identificou “cerca de 35 disparos procedentes do Líbano”. A defesa “conseguiu interceptar a maioria deles. Não houve feridos”, acrescentou.

Um membro do Hezbollah “foi eliminado em um ataque aéreo na região de Sohmor”, afirmou o Exército, acrescentando que um dos seus aviões de combate atacaram “estruturas militares” no sul do Líbano.


O movimento xiita, aliado do Hamas, que governa a Faixa de Gaza, também anunciou hoje que realizou dois ataques contra posições militares israelenses, incluindo um com drones, enquanto a AIN relatou ataques israelenses no sul do Líbano.

O Exército israelense informou que dois drones procedentes do Líbano caíram no norte de Israel, sem reportar vítimas. A fronteira entre os dois países registra duelos de artilharia quase diários desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro.

O temor de uma conflagração regional aumentou nos últimos dias. O responsável de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, alertou ontem para o risco “potencialmente apocalíptico” de uma ampliação da guerra de Gaza para o Líbano.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou ontem, em Washington, que seu país não deseja uma guerra no Líbano, mas que pode fazer com que o país vizinho “volte à Idade da Pedra” se a diplomacia falhar.

A França disse hoje estar “extremamente preocupada com a gravidade da situação no Líbano” e apelou para que todas as partes exerçam “a maior moderação”.

Mais de oito meses de confrontos entre o Hezbollah e o Exército israelense resultaram em 482 mortes no Líbano, a maioria de combatentes do movimento libanês, além de 94 civis, segundo um levantamento da AFP. Do lado israelense, 15 soldados e 11 civis foram mortos, de acordo com Israel.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.