Irã pede a países muçulmanos que designem Exército de Israel como ‘grupo terrorista’

O presidente iraniano voltou a acusar os Estados Unidos de serem o "principal parceiro" de Israel "em seus crimes"

Gaza nesta terça-feira 10, quarto dia de ataque israelense. Foto: MAHMUD HAMS / AFP

Apoie Siga-nos no

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, pediu aos países muçulmanos reunidos neste sábado (11) na Arábia Saudita que designem o Exército israelense como um “grupo terrorista” por sua operação militar na Faixa de Gaza.

Raisi, que se dirigiu aos líderes árabes e muçulmanos presentes em uma cúpula na capital saudita, também pediu aos países muçulmanos que “armem os palestinos”, se “os ataques continuarem” em Gaza.

“O Exército israelense deve ser reconhecido como uma organização terrorista”, declarou o presidente iraniano durante uma reunião de emergência da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) sobre a guerra entre Israel e Hamas.

O Irã apoia o Hamas, considerando-o um “movimento de libertação”, enquanto Estados Unidos, Canadá e União Europeia classificam este grupo islamista como uma “organização terrorista”.

“Agora que as organizações internacionais se tornaram inúteis, devemos assumir um papel”, acrescentou Raisi, pedindo aos países muçulmanos que “rompam qualquer relação política e econômica” com Israel, um Estado que o Irã não reconhece.

Ele lançou, ainda, um apelo a “um boicote comercial contra o regime sionista, especialmente no setor de energia”.


O presidente iraniano voltou a acusar os Estados Unidos de serem o “principal parceiro” de Israel “em seus crimes”.

“Os Estados Unidos entraram na guerra diretamente, ao enviarem navios” para o Mediterrâneo Oriental, disse ele.

O sangrento ataque do Hamas em 7 de outubro deixou 1.200 mortos em Israel, segundo as autoridades israelenses. Mais de 11.000 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza pela ofensiva de Israel em represália, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

Esta é a primeira visita de Raisi à Arábia Saudita desde que ambas as potências regionais anunciaram, em março, o restabelecimento das relações diplomáticas após sete anos de ruptura.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.