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Israel-Hamas: UE amplia ajuda humanitária e propõe que Gaza se torne um protetorado internacional

Guerra completa um mês nesta terça-feira e já deixou 10 mil palestinos mortos na Faixa de Gaza

Foto: Mahmud HAMS / AFP
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A guerra na Faixa de Gaza, o conflito mais violento dos últimos tempos no Oriente Médio completa um mês nesta terça-feira (7), enquanto o número de mortes continua aumentando de forma alarmante. A União Europeia aprovou na segunda-feira (6) o envio de mais ajuda financeira ao enclave palestino, e afirmou que nem o Hamas nem Israel devem governar Gaza no futuro.

Quando o conflito no Oriente Médio completaria um mês, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou o envio de mais € 25 milhões para a Faixa de Gaza, elevando para € 100 milhões a ajuda humanitária do bloco europeu aos 2,4 milhões de palestinos daquele território.

Em discurso durante a reunião anual dos embaixadores da União Europeia, von der Leyen sugeriu a criação de um corredor marítimo a partir de Chipre para transportar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. A presidente da Comissão Europeia, que tem recebido críticas por não apelar publicamente a Israel para que siga o direito internacional em sua guerra contra o Hamas, ressaltou em seu discurso que “Israel tem o direito de combater o Hamas, mas é essencial que faça todo o possível para evitar vítimas civis”.

Para von der Leyen, “Gaza poderá se tornar um protetorado internacional após a guerra. Nem o Hamas, nem Israel deveriam governar lá novamente”.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada pelo ataque mortal do movimento islâmico palestino no dia 7 de outubro em solo israelense, Israel tem atacado a Faixa de Gaza, uma das zonas de maior densidade populacional do mundo.

Cruz Vermelha

De acordo com um balanço divulgado na segunda-feira pelo Hamas, cerca de 10 mil palestinos foram mortos no último mês em Gaza. Israel enfrenta uma pressão internacional crescente para limitar as vítimas civis, mas o governo israelense declarou que não haverá cessar-fogo enquanto não houver o regresso dos 240 reféns feitos pelo Hamas.

Em Bruxelas, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borell, sublinhou a necessidade de aplicar o direito internacional e de evitar vítimas civis. Borell propôs “uma pausa humanitária, contrabalançada pelo acesso” aos reféns por parte da Cruz Vermelha como um primeiro passo para a libertação deles.

A UE condenou o aumento dos atos antissemitas no continente europeu e apelou aos Estados-membros para que tomem medidas intransigentes para combater os crimes de ódio e proteger as comunidades judaicas. “É nossa responsabilidade como europeus de denunciar o ódio em todas as suas formas e enfrentá-lo”, afirmou o comunicado do bloco.

“O aumento de incidentes antissemitas em toda a Europa alcançou, nos últimos dias, níveis excepcionalmente altos e nos lembra algumas das épocas mais sombrias da História. Os judeus europeus vivem hoje com medo”, acrescenta o documento.

“Atos repugnantes”

Coquetéis molotov atirados em uma sinagoga na Alemanha, pichações da estrela de David em edifícios residenciais na França, um cemitério judeu profanado na Áustria, lojas e sinagogas judaicas atacadas na Espanha, manifestantes gritando slogans de ódio contra os judeus são alguns dos atos antissemitas ocorridos nas últimas semanas.

“Nestes tempos difíceis, a União Europeia está ao lado de suas comunidades judaicas. Condenamos veemente esses atos repugnantes, que vão contra tudo o que a Europa representa, nossos valores fundamentais e nosso modo de vida. Esses atos são contrários ao modelo de sociedade europeu, baseado na igualdade, inclusão e total respeito aos direitos humanos. Ninguém deveria viver com medo de discriminação ou violência devido à sua religião ou identidade, seja judeu, muçulmano ou cristão”, acrescenta o comunicado.

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