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Israel tenta barrar novas medidas para ampliar ajuda humanitária em Gaza

Em documento apresentado à Corte Mundial, Israel negou o genocídio e pediu que o tribunal interrompa as determinações emergenciais de combate à fome no enclave

Só a mídia brasileira gosta do primeiro-ministro – Imagem: Kobi Gideon/Gabinete do Primeiro Ministro/Israel
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Israel apresentou à Corte Internacional de Justiça (CIJ), nesta segunda-feira 18, um documento em resposta à segunda denúncia da África do Sul sobre genocídio na Faixa de Gaza e solicitações de maior ajuda humanitária na região, devido a “fome generalizada”. 

Nele, Israel classificou a denúncia como “moralmente repugnante” e pediu que a Corte não emita medidas de emergência para intensificar o apoio humanitário na região afetada pela guerra.  

“Totalmente infundadas de fato e de direito, moralmente repugnantes e representam um abuso tanto da Convenção sobre Genocídio quanto do próprio tribunal”, diz um trecho da resposta israelense ao CIJ.

As medidas de emergência obrigariam Israel a garantir que suas tropas não cometam atos genocidas contra os palestinos em Gaza e quaisquer outros atos que pudessem ser enquadradas na Convenção de Genocídio. 

A nova ação da África do Sul, junto a mais alta jurisdição da ONU, foi protocolada diante da recorrência do Exército Israelense em bloquear a entrada de caminhões com alimentos e equipamentos médicos. 

Agências de assistência humanitária estimam que 2,3 milhões de habitantes de Gaza passam por severas restrições alimentares. As forças israelenses dizem, por sua vez, que a decisão de bloquear os mantimentos serve para “pressionar o Hamas”. 

Apesar de confirmar os bloqueios, Israel sustenta que “tem uma preocupação real com a situação humanitária e com vidas inocentes, conforme demonstrado pelas ações que tomou e está tomando” em Gaza durante a guerra.

Sobre os ataques, Israel negou ter civis palestinos como alvos, e que seu único interesse é aniquilar o Hamas.

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