Justiça condena militante neonazi português por incitar ódio contra mulheres

Mário Machado defendeu a 'prostituição forçada' das mulheres de esquerda

Reprodução Redes Sociais

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O Tribunal Criminal de Lisboa, em Portugal, condenou nesta terça-feira 7 o militante neonazista Mário Machado a dois anos e dez meses de prisão por incitação ao ódio e à violência contra mulheres. 

Pelas redes sociais, o nacionalista e porta-voz do Grupo 1143 defendia a “prostituição forçada” de mulheres filiadas ou apoiadoras de partidos de esquerda. 

Além de Machado, Ricardo Pais foi condenado a um ano e oito meses de prisão. Ele terá direito a suspensão condicional do processo por dois anos. 

Em 17 de fevereiro de 2022, o neonazista publicou no X (antigo Twitter): “Prostituição forçada das gajas do Bloco”. Pais respondeu: “Concordo. Incluam as do PCP, MRPP, MAS e PS” – trata-se de uma menção à maioria dos partidos de esquerda portugueses.

Outros ataques sexistas foram direcionados a Renata Cambra, professora e porta-voz do partido Movimento Alternativa Socialista (MAS), responsável por apresentar a ação à Justiça. 

A juíza Paula Martins, que leu a sentença, enfatizou a “longa e persistente carreira criminal” de Mário Machado, ressalvando que a condenação no processo por um crime de discriminação e incitação a ódio e violência não decorre de seus antecedentes criminais.


Segundo a magistrada, também pesou na decisão a ausência de qualquer manifestação de arrependimento pelos atos praticados ou de empatia pela vítima.

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