A uma curta caminhada sob o vento cortante de Villa Las Estrellas, um vilarejo chileno na Península Antártica, há uma enseada que a maioria dos cientistas nas estações de pesquisa próximas tenta ignorar. Um punhado de pinguins estremece nas sombras de seis tanques de combustível russos e três silos baixos, enferrujados em redemoinhos de ouro, laranja e marrom e deformados pelo frio e o vento.
Fora de vista e longe da mente, cada um deles está cheio de detritos de décadas de trabalho científico e logístico na Ilha do Rei George, onde seis estações de pesquisa científica operam num raio de 5 quilômetros. Em um deles, dezenas de teclados de computação estão amontoadas num velho freezer, com as teclas arrancadas e misturadas com tampas de garrafas e latas de cerveja descartadas, com rótulos desbotados em russo, alemão e espanhol.
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