O tempo de perdoar e esquecer havia passado, disse o homem de barba grisalha em um forte rosnado bávaro, de costas para o Mar Adriático de cor turquesa, enquanto gesticulava calmamente em direção à câmera. “As pessoas que nos intimidaram, que nos prenderam”, disse, estavam prestes a enfrentar o acerto de contas, numa “revolta histórica” que daria lugar a uma nova ordem jurídica e política. A mudança era iminente, questão de semanas. “Se tudo correr como planejado, faremos isso antes do Natal”, prometeu o homem, que se autodenomina “General Eder”, em um vídeo publicado num site frequentado por teóricos da conspiração de extrema-direita, no Domingo do Advento deste ano (27/11).
Dez dias depois, na madrugada de quarta-feira 7, Maximilian Eder, 64 anos, foi preso na cidade italiana de Perugia, na maior série de incursões da Alemanha contra o extremismo de direita. Juntamente com outros 25 conspiradores, Eder é acusado de traçar um plano para derrubar o Estado por meios violentos, instalar um governo paralelo liderado por um pequeno aristocrata alemão e pedir à Rússia para renegociar os tratados pós-Segunda Guerra Mundial.
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