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Macron reafirma possibilidade de envio de tropas ocidentais à Ucrânia
A polêmica possibilidade já havia sido aventada no início do ano pelo francês, mas foi rejeitada por aliados naquela ocasião
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O presidente da França, Emmanuel Macron, reafirmou em uma entrevista à revista ‘The Economist’ a possibilidade de envio de tropas ocidentais à Ucrânia, caso a Rússia consiga avançar na frente leste e Kiev solicite.
“Se os russos conseguirem romper as linhas da frente, se houver um pedido ucraniano – o que não é o caso hoje – deveríamos levantar legitimamente a questão”, disse o presidente francês à revista britânica.
“Descartar isso a priori é não aprender as lições dos últimos dois anos”, em que os países da Otan inicialmente rejeitaram o envio de tanques e aviões para a Ucrânia, antes de finalmente mudarem de opinião, acrescentou o presidente francês.
Uma declaração parecida, dada em março deste ano, gerou desconforto entre aliados. Na época, Macron sinalizou o envio de tropas para lutar no front contra a Ucrânia e foi ‘desautorizado’ por outros líderes europeus poucas horas depois. Na ocasião, a Rússia reagiu à declaração do francês com um alerta: “Não convém em nada a esses países e eles devem estar cientes disso”.
Caso a ideia de Macron fosse tirada do papel, a Rússia poderia responder com uma outra escalada do conflito, indicava a avaliação do Kremilin naquela ocasião. O governo de Vladimir Putin ainda não reagiu aos apontamentos de Macron desta quinta-feira 2.
Rússia rejeita acusações sobre uso de armas químicas
Também nesta quinta-feira, o Kremlin rejeitou as acusações dos Estados Unidos de que as forças russas utilizaram “arma química” na Ucrânia.
O Departamento de Estado americano afirmou na quarta-feira que a Rússia utilizou “a arma química cloropicrina” contra as forças ucranianas.
“Vimos as notícias a respeito. Como sempre, as acusações parecem completamente infundadas”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa ao ser questionado sobre o assunto.
O governo dos Estados Unidos afirmou que Moscou violou a Convenção sobre Armas Químicas (CAQ), que proíbe a produção e uso de tais substâncias.
A Rússia assinou e ratificou esta convenção e, segundo Peskov, “estava e continua comprometida com as suas obrigações com base no direito internacional”.
A cloropicrina é uma substância oleosa conhecida como agente asfixiante, que foi muito utilizada durante a Primeira Guerra Mundial como forma de gás lacrimogêneo.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos classificam a substância como “agente prejudicial aos pulmões”, que pode causar irritação grave na pele, nos olhos e no sistema respiratório.
O uso é especificamente proibido pela Organização para a Proibição de Armas Químicas, o órgão responsável por implementar a CAQ.
“O uso destas substâncias químicas não foi um incidente isolado e provavelmente é motivado pelo desejo das forças russas de remover as forças ucranianas de posições fortificadas e obter ganhos táticos no campo de batalha”, afirmou o Departamento de Estado.
(Com informações de AFP)
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