Mais de 360 pessoas são detidas na Rússia em protestos contra mobilização militar

Jornalistas em Moscou e São Petersburgo testemunharam várias prisões na noite desta quarta-feira 21

Mulher é detida em Moscou em 21 de setembro após protesto contra a mobilização militar de Vladimir Putin. Foto: ALEXANDER NEMENOV/AFP

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Pelo menos 364 pessoas foram presas nesta quarta-feira 21 em toda a Rússia em manifestações contra uma mobilização parcial de reservistas para a ofensiva na Ucrânia anunciada horas antes pelo presidente Vladimir Putin.

De acordo com a ong OVD-Info, organização que monitora as detenções de opositores, as mobilizações aconteceram em pelo menos 23 cidades do país.

Jornalistas da AFP em Moscou e São Petersburgo testemunharam várias prisões na noite desta quarta-feira. Em São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, a polícia levou um ônibus repleto de detidos.

Os manifestantes gritavam “Não à guerra!” e “Não à mobilização!”.

“Todo mundo tem medo. Sou a favor da paz e não quero ter de atirar. Mas é muito perigoso sair agora, senão teria muito mais gente”, disse Vasily Fedorov, um estudante de São Petersburgo que usava um emblema da paz no peito.

Alexei Zavarki, de 60 anos, lamentou a resposta da polícia às manifestações.


“Vim para participar, mas parece que já levaram todo mundo”, declarou. “Não sei aonde vamos, este governo assinou sua sentença de morte, destruiu a juventude.”

Em um discurso à nação nesta quarta, Putin decretou uma mobilização parcial dos reservistas russos para a ofensiva na Ucrânia e afirmou estar disposto a usar “todos os métodos” de seu arsenal contra o Ocidente.

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