Economia
Mercosul ainda não cumpriu condições para acordo comercial, diz UE
Europeus exigem que Mercosul cumpra regras ambientais mais rigorosas do que aquelas impostas aos produtores locais
As condições impostas pela União Europeia para a conclusão do acordo comercial com o Mercosul ainda não foram cumpridas pelo bloco sul-americano, disse o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, nesta quarta-feira 7.
“A avaliação da Comissão é que as condições para a conclusão do acordo Mercosul não estão cumpridas”, disse Sefcovic.
As cláusulas do acordo de livre comércio, que estão sobre negociações dos dois blocos nos últimos meses, foram retomadas nas últimas semanas.
A possível conclusão do acordo não agradou agricultores europeus, que afirmam que seriam prejudicados pela importação de produtos mais baratos, oriundos de países que não seguem regras rigorosas ambientais.
Apesar da pressão da União Europeia para que o Mercosul aceite as condições comerciais impostas quanto ao respeito a regras ambientais na produção de produtos agrícolas, as condições impostas aos produtores sul-americanos são ainda mais rigorosas do que aquelas atendidas pelos agricultores europeus, o que tornaria o acordo mais desigual para os países integrantes do Mercosul.
Tal condição demonstra a intenção dos países europeus de criar uma reserva de mercado para seus produtores locais.
Na semana passada, o presidente francês Emmanuel Macron disse que seria impossível concluir as negociações do acordo nas condições atuais, principalmente em meio a greve dos agricultores.
Com eleições se aproximando na França e o crescimento da extrema-direita, Macron se preocupa, no momento, em não acirrar ainda mais os ânimos com os produtores, que já ameaçaram impor um cerco em Paris.
CartaCapital
Há 30 anos, a principal referência em jornalismo progressista no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
